Sam Bankman-Fried, o SBF, concordo com a sua extradição para os Estados Unidos no julgamento realizado na segunda-feira (19). Conforme noticiou o CriptoFácil, SBF compareceu perante uma corte das Bahamas para decidir o seu destino após a prisão.
De acordo com a Reuters, SBF deve enfrentar acusações de fraude nos EUA assim que pisar em território estadunidense. A decisão contradisse uma fala do advogado do fundador da FTX, que chegou a dizer que não aceitaria a extradição.
No entanto, SBF mudou de ideia na última hora e concordou com a extradição. Agora, o tribunal das Bahamas vai executar os trâmites e determinar a data da extradição.
Ao que tudo indica, a corte de Nova Iorque terá a responsabilidade de julgar o caso de SBF. Junto com a acusação de fraude, o ex-CEO pode responder pelo roubo de bilhões de dólares de clientes da FTX. Esses fundos serviram para para cobrir perdas na Alameda Research, empresa irmã da FTX.
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Mark Cohen, advogado de defesa de SBF baseado nos EUA, não comentou sobre a decisão. Da mesma forma, a Procuradoria dos EUA em Manhattan também não fez comentários.
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Depoimento problemático
Antes de tomar sua decisão abrupta, SBF fez uma apresentação tumultuada na manhã de segunda-feira. Diante do magistrado Shaka Serville, o ex-CEO depôs num tribunal na capital Nassau. Na audiência, seu advogado de defesa criminal local, Jerone Roberts, disse inicialmente a Serville que não sabia por que seu cliente foi levado ao tribunal naquele dia.
Após um recesso, o advogado disse que SBF viu uma declaração onde constavam as acusações contra ele, mas queria ver a acusação apresentada contra ele em Nova Iorque. De fato, Roberts afirmou que SBF condicionou a aceitação da extradição à leitura desse documento.
Inicialmente, Serville disse na audiência que não poderia tomar nenhuma ação sobre a extradição de Bankman-Fried sem o consentimento do seu cliente. “Só posso agir com autorização do Sr. Bankman-Fried, e ele não me deu autorização”, disse Serville.
Em seguida, SBF teve a chance de falar com seu advogado nos EUA por telefone, depois voltou para a prisão de Fox Hill no país caribenho. Ele deixou o tribunal em uma van preta carregando uma pasta parda contendo papéis, disse uma testemunha da Reuters.
Franklyn Williams – vice-diretor de assuntos jurídicos das Bahamas, que representa os Estados Unidos em sua pressão para extraditar Bankman-Fried – chamou os procedimentos do dia de “incríveis” e pareceu frustrado com o atraso.
No depoimento, SBF voltou a defender a tese de que tem responsabilidade pela má gestão da FTX, mas que não cometeu fraude intencional. Mas no fim, concordo com a sua extradição.
Novo depoimento
O tribunal das Bahamas não estabeleceu uma data para a extradição, mas Roberts afirmou que seu cliente deve voltar ao tribunal ainda esta semana.
“Nós, como advogados, prepararemos os documentos necessários para acionar o tribunal”, disse Roberts. “O Sr. Bankman-Fried deseja reparar os clientes, e foi isso que motivou sua decisão”.
O advogado também não deixou claro se SBF pretende depor já nos EUA ou se o tribunal em questão é o das Bahamas.