O que o criador do Bitcoin e o responsável pela primeira transação de BTC têm em comum? Ambos podem ter criado um meio de proteger a rede quando o Bitcoin ainda estava no nascimento.
De acordo com um desenvolvedor que alega ter trabalhado com Satoshi em 2010, ele havia pré-inventado a mineração de Bitcoin com placas gráficas GPU para defender a rede contra ataques.
No entanto, outro nome também teve participação nisso. Trata-se de Laszlo Hanyeck. Mais conhecido por seu papel no Pizza Day, Hanyeck pode ter sido mais importante para o BTC do que imaginávamos.
Oito dias antes de realizar a primeira transação com Bitcoin, Hanyeck divulgou um protótipo para mineração de Bitcoin com GPU no fórum Bitcointalk. O modelo tinha suporte para placas da NVIDIA e AMD.
“Eu tenho um protótipo funcional da geração Bitcoin com o OpenCL. O OpenCL é semelhante ao OpenGL, mas é para computação, não gráficos. Outras tecnologias semelhantes são CUDA (NVIDIA) e DirectCompute (Microsoft). O OpenCL é a versão da Apple, mas também está disponível para Linux e Windows”, disse Hanyeck.
Hanyeck chegou a ser apontado por muitos como o inventor da mineração de Bitcoin via GPU. No entanto, em uma entrevista ao Cointelegraph, ele disse que Satoshi o havia inventado antes dele. Além disso, o criador do BTC teria várias versões do algoritmo do que Hanyeck.
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Temor por ataque de 51%
Em outra ocasião, Hanyecz enviou um e-mail a Satoshi com seu código de minerador de GPU. Por sua vez, Satoshi compartilhou com ele sua versão do código que ele havia preparado em caso de um ataque de 51% à rede do Bitcoin.
De fato, Hanyecz afirmou que Satoshi era “paranoico” com esse tipo de ataque.
“E ele realmente compartilhou comigo sua versão. Portanto, mesmo que não estivesse no BTC, ele tinha código de mineração de GPU e disse que estava apenas mantendo-o pronto, caso precisasse defender a rede com ele.”
Impedir a concentração de mineradores
Aparentemente, Satoshi tinha várias versões do código. No entanto, o código de Hanyecz teve um desempenho melhor do que os dele. Por conta disso, Satoshi pediu que ele “pegasse leve” com o código. O temor dele, segundo Hanyeck, era que a GPU concentrasse a mineração nas mãos de poucas pessoas.
“Ei, você pode ir devagar com isso? <..> Olha, eu não ligo se as pessoas guardam o Bitcoin, eu não ligo se a riqueza está concentrada. Mas, no momento, a grande atração é que qualquer pessoa pode baixar o Bitcoin e começar a minerar com seu laptop”, disse Hanyeck, reproduzindo uma fala de Satoshi.
“E tive a sensação de que parte disso era que ele não queria otimizá-lo prematuramente porque não queria aumentar a dificuldade da rede”, finalizou.
O fato de Satoshi ter essa preocupação mostra a força desse debate. Com efeito, ele permanece em voga até os dias atuais. Redes como a Ethereum (ETH) enfrentam várias discussões sobre a adoção de chips mais potentes, como os ASICs, e os impactos disso na centralização do processo.
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