O paradoxo da regulação do mercado de criptomoedas também foi tema dos painéis da Labitconf, evento ocorrido nos dias 05 a 08 de dezembro, no Chile. Um deles, inclusive, reuniu Matías Garrido da Bitso; Andrés Chomczyk, advogado da ONG Bitcoin Argentina; Samuel Cañas, chefe de compliance da Buda.com; Daniel Rybnik, CEO da EnterPricing; Mauricio Tovar Gutierrez, da ONG Blockchain Colombia, e Rosine Kadamani cofundadora da Blockchain Academy.
No Chile, país sede do evento este ano, recentemente, a Terceira Câmara da Suprema Corte do país rejeitou o recurso da exchange de criptomoedas Orionx, acendendo também o alarme das duas maiores plataformas de criptoativos em operação no país, a CryptoMKT e a Buda.com.
“Em nosso país, assim como em praticamente todos os países da América Latina, o dilema é basicamente o mesmo com os bancos buscando uma distância das plataformas de criptomoedas, talvez por falta de informação ou mesmo por segurança, mas também por reserva de mercado”, argumenta Kadamani, em referência aos atos de fechamento de contas bancárias das exchanges.
No entanto, apesar do embate Bitcoin versus bancos, Kadamani acredita que o futuro guarda notícias positivas e sua esperança também foi compartilhada entre os outros participantes do painel.
“A informação está na base de qualquer transformação, por isso temos atuado com os reguladores por meio de uma abordagem estratégica que passa pelo conhecimento. Isto tem ajudado a estruturar mais o mercado e as associações do setor que têm surgido estão estreitando a relação com os reguladores. Eles têm se reunido com bancos, com conglomerados, com consórcios, fundações, entidades do setor financeiro, Banco Central e outras autoridades e, em todas as ocasiões, temos sido bem recebidos e feito progressos. Não é possível prever como isso se dará no curto e médio prazo, pois temos imensas variantes neste processo, mas posso garantir que os técnicos que atualmente tem se reunido (por parte do governo e por parte do ecossistema cripto) são imensamente qualificados e conhecem muito bem o assunto. As boas sementes foram plantadas, por isso tenho uma visão muito positiva sobre o futuro desta relação”, finalizou.
Embora Kadamani seja otimista quanto ao futuro, no curto prazo, o mercado de criptoativos no Brasil pode enfrentar um ano difícil em 2019, após as últimas decisões da Receita Federal.
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