A Polícia Federal concluiu na terça-feira (3) o inquérito que investiga Cláudio José de Oliveira, conhecido como ‘Rei do Bitcoin’. O dono do Grupo Bitcoin Banco (GBB) foi indiciado por estelionato e organização criminosa. Além disso, responderá por crime contra a economia popular, crime falimentar, crime contra sistema financeiro e tentativa de embaraço às investigações.
Além de Claudio Oliveira, oito pessoas ligadas ao GBB, incluindo sua esposa Lucinara Oliveira, foram indiciadas.
A esposa de Oliveira também responderá por estelionato, organização criminosa e crime contra a economia popular. Os demais indiciados responderão por crimes falimentares.
No inquérito, a polícia também pediu que a prisão do casal seja prorrogada.
O GBB era uma empresa que prometia altos rendimentos com arbitragem com Bitcoin. Contudo, na prática, os investimentos não aconteciam e o esquema funcionava como uma pirâmide financeira.
Ao todo, estima-se que o grupo movimentou mais de R$ 1,5 bilhão com o golpe, lesando 7 mil pessoas.
As investigações contra o GBB tiveram início em 2019 após inúmeras denúncias de vítimas do esquema. Em julho deste ano, a PF deflagrou a Operação Daemon, que culminou na prisão de Claudio Oliveira.
Ademais, a PF apreendeu joias, 14 carros de luxo, bolsas de grife e dinheiro vivo, que foram avaliados em R$ 5,8 milhões.
Dois dias depois da operação, a Justiça decretou a falência do GBB, que estava em recuperação judicial desde 2019.
Agora, o inquérito que investigava o autointitulado Rei do Bitcoin e o GBB foi concluído. De acordo com o G1, a defesa do “Rei do Bitcoin” e da esposa alegou que está trabalhando para elucidar os fatos.
Além disso, disse que existem muitas “conjecturas e ilações” no inquérito, que serão esclarecidas no processo.
A PF descreveu Claudio Oliveira como um “habilidoso estelionatário”:
“[Ele] mantinha ao seu redor pessoas ignorantes aos assuntos que o criminoso dizia dominar, especialmente relacionados à engenharia financeira do Grupo Bitcoin Banco”.
Conforme revelaram as investigações, o GBB se aproveitou da ordem de recuperação judicial que suspendeu todas as ações de execução movidas contas as empresas do grupo. Segundo a PF, neste processo, o GBB prestou informações falsas visando enganar o Judiciário.
Na decisão que determinou a falência do GBB, a juíza Mariana Gluszcynski Gusso afirmou que a empresa vinha prolongando indefinidamente o processo em benefício próprio.
Gusso destacou ainda que a recuperação judicial era uma estratégia para impedir o arresto dinheiro e criptomoedas. Além disso, ela afirmou que uma carteira com 7 mil Bitcoins que viabilizaria a recuperação judicial jamais foi comprovada.
Leia também: FBI entra em caso de pirâmide financeira para ajudar a recuperar criptomoedas
Leia também: Projeto DeFi tem falha explorada e perde mais de R$ 100 milhões
Leia também: ADA pode saltar 3.000% após integração com DeFi, diz Augusto Backes