O governo da região de Sichuan, na China, deu ordens para cortar o fornecimento de eletricidade para 26 mineradoras de criptomoedas, conforme relatou o jornalista Colin Wu nesta sexta-feira (18). Assim que a decisão oficial foi promulgada, as empresas de energia comunicaram as mineradoras.
Uma fonte do jornal chinês PANews divulgou um cronograma da proibição. Primeiramente, as empresas fecharam o fornecimento de energia às 22h (horário local) da quinta-feira (17). A partir de então, os mineradores terão até o dia 25 de junho para encerrar suas atividades.
Segundo a Universidade de Cambridge, a região de Sichuan responde por 9,66% do hashrate total do Bitcoin (BTC). A região é a terceira maior da China em termos de mineração de criptomoedas, em parte por causa da energia hidrelétrica, cuja produção tende a ser mais barata e limpa.
Cruzada contra a mineração
Sichuan foi a última das cinco regiões a implementar regras ou proibir mineração de BTC. As quatro províncias anteriores foram Mongólia Interior, Xinjiang, Qinghai e Yunnan. Dessas, a mais recente proibição ocorreu em Xinjiang, localizada a noroeste do país.
Para efeito de comparação, após o bloqueio da mineração em Xinjiang, principal reduto de mineradores do país, com 35,76% do hashrate, a queda foi de 25% no mesmo período. Desta vez, porém, o anúncio não surtiu o mesmo impacto, visto que a rede registrou um aumento de 13,28% nas últimas 24 horas, de acordo com o BitInfoCharts.
Os mineradores parecem não apenas estar mais bem preparados, como também acelerando o processo de migração. Como resultado, a China perdeu cerca de 15 pontos percentuais na dominância da mineração desde abril. O país já chegou a responder por 80% de todo o hashrate global.
Na visão da mineradora Hut 8, os mineradores estão mais inclinados em mover seus computadores para fora da China. A própria empresa possui a maioria das suas operações no Canadá, bem como a listagem de suas ações na bolsa local.
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