Recentemente, foi noticiado pelo G1 um esquema de diplomas falsos que abrange oito estados, atualmente em investigação pelo Ministério Público do Espírito Santo. De acordo com os dados obtidos por meio das investigações até agora, estima-se que 4 mil documentos foram forjados, sendo utilizados por professores que nunca cursaram as disciplinas por eles lecionadas.
Conforme noticiado pelo CriptoFácil em janeiro, a Universidade Federal da Paraíba desenvolveu um sistema baseado em blockchain para emitir diplomas, que já estava em desenvolvimento e coincidiu com a portaria nº 330/2018 do Ministério da Educação (MEC).
O professor doutor Guido Lemos, responsável pela iniciativa, falou um pouco mais sobre o uso de blockchain nas universidades em uma entrevista concedida ao CriptoFácil.
Blockchain e educação
Guido teve seu primeiro contato com a tecnologia blockchain em 2016, enquanto realizava um curso de pós-doutorado na PUC do Rio de Janeiro. Na oportunidade, o professor doutor da UFPB teve contato com os pesquisadores do Instituto de Tecnologia Social do Rio de Janeiro (ITS-Rio) Ronaldo Lemos e Gabriel Aleixo.
Perguntamos a ele sobre o envolvimento das instituições de ensino superior com a tecnologia blockchain, tendo o professor da UFPB respondido que praticamente todas as unidades federativas do Brasil possuem grupos estudando a tecnologia:
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“Graças ao desenvolvimento em pesquisa e desenvolvimento no Brasil, hoje em dia é possível realizar cursos como pós-graduação em qualquer lugar do país. […] Com essa facilidade maior em termos de pesquisa, praticamente todos os grandes grupos de estudo do país sobre tecnologia e segurança já realizam pesquisas envolvendo blockchain, sendo resultado disso o número de brasileiros presentes em projetos internacionais do ramo.”
Em virtude da disseminação da tecnologia na esfera educacional brasileira, um movimento se formou em termos de armazenamento de dados. Ainda que o país não reconheça legalmente a eficácia da tecnologia blockchain no registro de dados, universidades estão adotando o costume de gravar documentos – como diplomas – em registros públicos mesmo assim, afirma Guido.
É especialmente interessante saber que universidades ao redor do país têm abraçado a tecnologia responsável por lastrear as criptomoedas, aplicando-a na esfera social.
Só o começo
De acordo com Guido, o uso de blockchain na preservação de diplomas é apenas o começo. Já existe um entendimento acerca da importância contida na interação desta tecnologia com outros documentos acadêmicos relevantes.
“O MEC emitiu uma nova portaria sobre backup de arquivos digitais das universidades. A tecnologia blockchain pode ser aplicada nesse caso também, embora estejamos atualmente focados na questão dos diplomas atualmente. […] Dividir para conquistar, nós não progrediremos se tentarmos abraçar todas as aplicações ao mesmo tempo.”
Por meio das declarações do professor doutor da Universidade Federal da Paraíba, é possível notar que o futuro reserva novas interações entre blockchain e educação.
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