Auxílio emergencial, pacotes de socorro a empresas e estados. Essas foram algumas das medidas tomadas pelo governo federal para mitigar os efeitos da pandemia de Covid-19. E embora sejam vistas como necessárias, elas podem trazer um enorme problema futuro.
Na segunda-feira, 15 de junho, um relatório foi divulgado pela Instituição Fiscal Independente (IFI), órgão ligado ao Senado Federal. Segundo o documento, as contas do setor público consolidado (União, estados, municípios e empresas estatais) deverão registrar um rombo recorde de R$ 912,4 bilhões neste ano.
Com isso, a dívida pública federal tende a saltar. Ela estava em 75,8% do Produto Interno Bruto (PIB) no fim do ano passado. Com os novos gastos, poderá chegar a 96,1% do PIB no fechamento deste ano. E atingir os 100% em menos de dois anos.
“O nível de 100% do PIB seria ultrapassado já em 2022”, acrescenta a IFI, no relatório.
Déficit pode gerar “nova década perdida”
Como resultado da gastança desenfreada, o país pode experimentar mais uma “década perdida”. Isso porque o IFI estimou que o Brasil pode ter déficits até 2030, e as contas voltariam a ficar no azul apenas em 2033.
E para completar, também há um “risco alto” de que o teto de gastos seja descumprido já em 2021. O mecanismo, aprovado em 2016, impõe limites à capacidade de endividamento do governo. O teto é visto como uma importante ferramenta para manter a disciplina fiscal.
Porém, os bloqueios de despesas necessários para atender ao novo regime fiscal poderiam prejudicar o funcionamento da máquina pública, ou seja, a prestação de serviços para a população.
Caso não haja um esforço para conter a alta da dívida pública a partir de 2021, o IFI avaliou que a “frágil recuperação” esperada para o ano que vem poderá ser “prejudicada pela necessidade de conter o aumento da percepção de risco e da alta do dólar”.
Impactos do descontrole fiscal
A deterioração das contas públicas brasileiras afetam a economia como um todo. O governo precisará tomar mais dívida para equilibrar as contas. Consequentemente, sobra menos dinheiro para o setor privado, que ficará sem crédito ou terá que pagar juros muito altos.
Outro impacto disso pode ser sentido na taxa de juros. Com mais dívidas, o governo pode encontrar dificuldades para conseguir manter os juros baixos – a Selic está em 3% ao ano atualmente. Visto que o Brasil não possui grau de investimento, isso limita a capacidade de captação de recursos no exterior.
Em meio a esse cenário, resta a nós brasileiros ficarmos alertas e termos uma proteção para nossos investimentos. Algo que, preferencialmente, esteja atrelado a uma moeda forte, como o dólar. E nesse quesito, o Bitcoin desponta como uma alternativa interessante.
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