O presidente do Banco Central do Brasil (Bacen) Roberto Campos Neto destacou, durante a apresentação oficial do Relatório Trimestral da Inflação, que tem dúvidas sobre o status da criptomoeda do Facebook Libra, pois o Bacen não teria ainda muitas informações sobre o projeto. Entretanto, o presidente do Banco disse que tanto a Libra quanto as demais criptomoedas demonstram que os bancos centrais precisam adaptar-se às mudanças e anseios da economia digital, senão “outras soluções virão”.
“A diferença que eu faço é se o Libra é uma criptomoeda ou um ativo digital, um token asset, afinal este último é um ativo que tem um lastro e você emite uma forma digital dele, mas ele está sempre relacionado a um ativo, pode ser qualquer coisa, inclusive, o mundo está migrando muito para isso. O outro é uma criptomoeda que tem várias formas de serem criadas [não estariam atreladas a lastro], a gente já acompanhou bastante o caso do Bitcoin e não vou me alongar muito nisso”, disse o presidente.
No entanto, Campos Neto destacou que, independente deste “status”‘, a Libra, assim como as outras criptomoedas, demonstram que os bancos centrais precisam se atualizar e “tomar a frente” da digitalização, pois o comércio internacional tem aumentado e, com ele, as opções para as pessoas comercializarem e transacionarem produtos globalmente.
O CriptoFácil mostrou recentemente que o Bacen lançou a Agenda BC#, que busca aliar inovação tecnológica à uma agenda microeconômica da instituição. Ela norteará o trabalho do Banco durante os próximos anos e está estruturada em quatro dimensões: inclusão, competitividade, transparência e educação financeira. Na dimensão Transparência, a autarquia destaca a importância do uso de blockchain para modernização de processos e serviços.
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