O presidente da Federação de Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) Paulo Skaf teceu comentários sobre a proposta de Reforma Tributária que vem sendo debatida no Congresso Nacional e que, entre outros pontos, pretende realizar uma revisão completa dos impostos no Brasil e criar uma espécie de “imposto único”. Para ele, esse tipo de imposto é uma “enganação” e se assemelha à antiga CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira, um imposto cobrado por todas as movimentações financeiras feitas por pessoas jurídicas e físicas).
Na entrevista, publicada pelo jornal Folha de São Paulo, Skaf destaca que este imposto parecido com a CPMF seria “uma certa tapeação”, e que iria “jogar” as pessoas para o uso de Bitcoin e criptomoedas que buscam fugir da taxa governamental.
“De quanto? Para arrecadar a mesma coisa, sobre faturamento seria algo em torno de 35%. Seria um convite à sonegação, geraria situações inviáveis em diversos setores. E, se for pelos meios de pagamento [“nova CPMF”], algo como 9%. Isso naturalmente iria levar à uma migração para outras formas de pagar, como as criptomoedas. Vai ser uma coisa injusta: quem operar em criptomoeda não paga, e quem operar em real vai pagar”, destacou.
Ainda segundo Skaf, os empresários estão apoiando o governo nesta empreitada devido estarem deslumbrados com um “sonho” bastante diferente da realidade na qual a criação de um imposto único não teria sucesso.
“A gente tem o sonho e a vida real. Eu sonho ter um único imposto, fácil de recolher, barato para quem paga e recebe, com alíquota pequena. Na vida real, essa situação não é possível. Para juntar tudo num único imposto, seja sobre a base de faturamento, seja sobre os meios de pagamento, teríamos que ter alíquotas absurdas”, completa.
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