O início de ano, geralmente, é uma época em que a quantidade de despesas costuma aumentar. Para economizar nos gastos, buscamos fazer a maior quantidade de pesquisas de preço possível, e é aí que entra o grande auxílio da internet.
Atualmente, as compras online são o meio adotado por muitas pessoas para comprar presentes, viagens de férias, material escolar e praticamente qualquer outra coisa. Uma das razões para isso é a praticidade de comprar e, principalmente, de pesquisar preços sem precisar sair de casa e visitar inúmeras lojas.
No entanto, o que é uma vantagem da internet sobre o “mundo real”, acaba por esconder os aborrecimentos inerentes nas compras online. Afinal, para aproveitar o comodismo de pesquisar preços e comprar sem sair de casa, temos que enfrentar a entediante maratona dos sites de compras: criar cadastros, senhas diferentes, enviar nossos dados pessoais e tudo que os sites pedem para efetuar nossa compra.
Além do tédio, existe a insegurança em colocar nossos dados pessoais em uma plataforma externa. Os recentes casos de vazamento e uso indevido de dados pessoais envolvendo o Facebook e até mesmo empresas de criptomoedas mostram que esses terceiros de confiança estão longe de serem seguros.
Imagine se existisse uma forma de evitar isso. Ao invés de armazenar nossos dados, essas empresas poderiam apenas efetuar a leitura para comprovar a nossa identidade. Elas não poderiam salvar os dados em um servidor e vendê-los ou utilizá-los de qualquer outra forma.
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Isso já é possível – graças à tecnologia blockchain.
Praticidade e segurança
Quem já precisou fazer login ou criar cadastro em sites já notou o quanto é complicado fazer isso. Não pelo processo de cadastro em si, o qual costuma ser bem simples, mas sim pela falta de uniformidade. Para cada site que usamos, precisamos de um cadastro diferente.
Isso ocorre por diversos motivos. A falta de um cadastro unificado, a necessidade das empresas de obter acesso aos nossos dados (e nos mandar incansáveis propagandas e spams) acaba levando a esse comportamento, que tem como consequência o fato de que possuímos milhares de cadastros em lojas diferentes. Em muitos casos, fazemos o cadastro em uma loja e fazemos uma única compra nela, mas deixamos lá os nossos dados, para sempre.
Por questões de praticidade, muitas pessoas preferem criar uma senha só para todos os cadastros que executa. Embora essa seja uma solução que facilite o acesso, ela traz altos riscos de segurança: caso um hacker descubra a senha de um cadastro, ele poderá ter acesso a todas as informações pessoais da vítima. A solução de praticidade pode, então, se transformar em uma grande dor de cabeça.
Cadastro único sob controle pessoal
A grande solução para esse problema seria a criação de uma identidade digital pessoal, intransferível e perfeitamente segura. Esse sistema de identificação funcionaria como uma autenticação geral para todo e qualquer serviço que desejássemos acessar, de compras até comprovação de identidade pessoal.
E esse sistema já existe: são as identidades pessoais criadas em blockchain.
Uma identidade criada em blockchain pode funcionar de diversas maneiras. O modelo mais conhecido por nós brasileiros é o da Blockchain ID, aplicativo criado pela empresa brasileira OriginalMy. A princípio, a identidade da empresa permite funções como a assinatura de documentos e a autenticação de identidade via QR code.
Na Blockchain ID, os dados do usuário são protegidos através de uma chave privada, composta de uma sequência de 12 palavras, exatamente como uma carteira de Bitcoin. Ao utilizar a ID como forma de autenticação em sites – a exchange Profitfy já permite o login dessa maneira – a Blockchain ID fornece ao site os dados do usuário. No entanto, a empresa terá acesso aos dados apenas em modo de leitura, para identificar a identidade de quem usa. Ela não poderá salvar esses dados em sua plataforma nem utilizá-los sem o consentimento do seu dono.
Dessa forma, os dados permanecem sob controle pessoal. O usuário pode decidir o que deseja compartilhar, para quem compartilhar, e pode fazer tudo isso apenas com um aplicativo. Uma identidade digital em blockchain acabaria em definitivo com a necessidade de criar um cadastro para cada site onde fazemos uma compra ou assinamos um serviço. E esses sites não mais teriam a propriedade sobre os nossos dados.
E a preocupação sobre identidade e segurança de dados não se resume ao Brasil. Países como a Austrália já desenvolvem sistemas de identificação para tornar mais fácil o registro em plataformas como as exchanges e ao mesmo tempo proteger os dados dos clientes. O tema chegou a ser debatido por candidatos presidenciais às eleições no Brasil no ano passado.
Conclusão
Realizar cadastros e autenticação de identidades é uma das coisas que pouco evoluíram nos últimos anos, a despeito do crescimento e evolução da internet no mesmo período. Comprar pela internet ainda tem muitos transtornos e falhas de segurança, as quais se tornarão cada vez mais debatidas.
Um sistema de autenticação único via identidade digital que mantenha os dados sob controle dos usuários é uma excelente forma de corrigir essas falhas. E a tecnologia blockchain mostra que tem muito a contribuir nessa área – e muitas empresas já estão mostrando isso na prática.
Em pouco tempo, podemos assistir ao fim dos cadastros tradicionais em sites e a um maior arcabouço de proteção para os nossos dados. A privacidade e o direito individual agradecem.