Notícias falsas podem causar um grande estrago e raramente possuem algum efeito positivo. Contudo, foi exatamente o segundo caso que aconteceu na segunda-feira (16), quando uma “notícia falsa” fez o Bitcoin (BTC) retornar para a região dos US$ 28.000. De acordo com o CoinGecko, a criptomoeda acumula alta de 2,5% nas últimas 24 horas, valendo US$ 28.490.
O motivo dessa alta foi uma “fake news” de que a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC) teria aprovado o pedido de ETF (fundo negociado em bolsa) de BTC da gestora BlackRock. Logo após essa “notícia” ser divulgada, as redes sociais comemoraram o fato e o preço do Bitcoin começou a subir. Mas não havia nenhuma confirmação oficial dessa aprovação.
O banho de água fria veio no decorrer dos minutos, quando vários jornalistas começaram a entrar em contato com a BlackRock. E a resposta da gestora aos pedidos foi unânime: era uma notícia falsa. O pedido da gestora ainda estava sob análise e não havia um parecer oficial da SEC.
A verdade é que analistas da Bloomberg aumentaram para 90% a chance da aprovação desse ETF ocorrer ainda no começo de janeiro. Mas o mercado se precipitou e colocou a aprovação como certa.
Somente Gensler impede
O analista sênior de ETFs da Bloomberg, Eric Balchunas, também desmentiu a informação e criticou a disseminação da notícia falsa. Em contrapartida, Balchunas apontou que somente uma pessoa impede que a SEC aprove os ETFs que estão sob análise.
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“Aqui estão algumas notícias notáveis ‘não falsas’: Cathie Wood disse que a equipe da SEC (que está atualmente interagindo com emissores spot pela primeira vez) ‘entende o Bitcoin e seus méritos’ e que é apenas Gary (Gensler, presidente da SEC) que está no caminho”, disse o analista.
‘Efeito BlackRock’ sobre o Bitcoin
Apesar da notícia falsa, o preço do Bitcoin não devolveu os ganhos do dia e permaneceu acima de US$ 28.000. Este nível de preço é visto pelos analistas como a primeira barreira para mais valorizações da criptomoeda.
De acordo com Fernando Pereira, da Bitget, a valorização serviu para mostrar ao mercado o que será o “efeito BlackRock”. Ou seja, o que deve acontecer com o preço do BTC quando o pedido do gigante financeiro, bem como os demais, for aprovado.
“Apesar de ter sido uma fake news, o movimento de quase 10% de alta em alguns minutos, liquidando mais de US$ 60 milhões em posições vendidas de uma hora pra outra, foi um ‘spoiler’ do que deve acontecer quando o ETF da BlackRock for, de fato, aprovado. Segundo 90% dos analistas da Bloomberg, essa aprovação é quase iminente e deve acontecer antes do dia 10 de janeiro de 2024”, disse Pereira.
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Futuros e liquidações
Conforme explicou Pereira, a forte alta do BTC fez os volumes de futuros e liquidações dispararem. Nos primeiros momentos, houve uma alta de 80% de acordo com o Coinglass, o que gerou um volume total de US$ 107 milhões. A Binance movimentou impressionantes US$ 25,1 bilhões, enquanto a OKX gerou um volume de US$ 10,77 bilhões.
Já o volume de liquidações atingiu US$ 157,1 milhões, com alta de 100% nas últimas 24 horas, e as posições vendidas representaram US$ 101 milhões liquidados. O Bitcoin liderou as perdas nesse sentido com US$ 94 milhões, enquanto o Ether (ETH) atingiu US$ 22 milhões, liderando as perdas de posições compradas, que atingiram US$ 55,76 milhões no total.
A maior liquidação individual ocorreu na OKX em um contrato de Bitcoin que causou perdas de US$ 5,86 milhões. No total, 34.128 traders foram liquidados nas últimas 24 horas.