A nova cédula de R$ 200 está causando polêmica desde que foi anunciada pelo Banco Central (Bacen).
Isso acontece porque as notas de alto valor facilitam, na teoria, o transporte de dinheiro pelos criminosos.
Agora, os críticos da nota de R$ 200 possuem mais um argumento em seu favor: o senador Chico Rodrigues (DEM) foi encontrado com R$ 33 mil na cueca.
Entre as cédulas encontradas na cueca de Chico, estavam diversas notas de R$ 200.
Nota de R$ 200 aparece em suposto caso de corrupção
A Polícia Federal deflagrou uma operação para combater um suposto esquema criminoso na quarta-feira (14).
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Dessa maneira, os policiais surpreenderam o senador de Roraima na sua residência. Porém, a polícia desconfiou do investigado quando ele pediu permissão para ir ao banheiro.
Ao revistar o acusado, a polícia encontrou R$ 33.150 nas suas vestes íntimas.
Na composição do montante, haviam diversas notas de R$ 200, segundo as fotos anexadas ao inquérito da Polícia Federal:
Caso as acusações contra o senador sejam confirmadas, o episódio se configura como o primeiro caso conhecido no qual a nota de R$ 200 foi utilizada para fins criminosos.
No Twitter, o deputado federal Marcelo Freixo (PSOL) comentou sobre o ocorrido:
Nota de R$ 200 levanta questões sobre lavagem de dinheiro
O Bacen anunciou o lançamento da nota de R$ 200 no final de julho de 2020.
Desde então, a cédula causa polêmica: em 3 de agosto, um grupo composto por 10 instituições assinou um manifesto público de repúdio à nova cédula.
No documento, as entidades alegam o seguinte:
“É causa de especial apreensão o favorecimento a atividades ilícitas que decorre da medida, dentre as quais se destacam os crimes de corrupção, sonegação fiscal, lavagem de dinheiro, ocultação e evasão de divisas, uma vez que cédulas com valor de face maior geram volumes menores, facilitando o armazenamento e o transporte de recursos obtidos ilegalmente e dificultando a rastreabilidade das respectivas transações.”
Além disso, o documento cita estudos que demonstram que os brasileiros são, em maioria, contrários à nota. O próprio Banco Central é citado como uma referência pelos opositores da cédula.
Assim, no relatório “O brasileiro e sua relação com o dinheiro”, de 2018, uma pesquisa do Bacen indicou que 85% dos brasileiros costumam portar menos de R$ 100 em dinheiro vivo.
Ademais, outra pesquisa indica que “68% dos brasileiros consideram que a medida facilita a corrupção e o crime organizado”.
Finalmente, a nota também recebeu críticas da comunidade de pessoas cegas, já que o tamanho da nota é idêntico ao da cédula de R$ 20.
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