A Binance enfrenta uma escalada no embate jurídico contra o governo da Nigéria. Agora, o país alega que a plataforma de criptomoedas foi utilizada por terroristas e sequestradores para movimentar recursos ilícitos. De acordo com o ministro da Informação, Alhaji Mohammed Idris, a descoberta levou o governo a intensificar sua atuação contra a exchange.
A Binance já está envolvida em três processos legais no país. Dois deles tratam de lavagem de dinheiro e evasão fiscal, enquanto um terceiro envolve uma cobrança de US$ 81 bilhões por supostas perdas econômicas causadas pela exchange. Os casos devem ir a julgamento em breve.
A empresa negou envolvimento nos crimes de lavagem de dinheiro e evasão fiscal, mas não se pronunciou sobre a questão dos US$ 81 bilhões. Um porta-voz da Binance afirmou que a exchange poderá fornecer atualizações sobre o caso.
Binance enfrenta acusações de facilitação ao terrorismo
O governo nigeriano sustenta que grupos terroristas e insurgentes usaram a Binance para movimentar fundos, intensificando a crise de segurança do país. Segundo o ministro Alhaji Idris, a descoberta de conexões financeiras entre usuários da plataforma e grupos responsáveis por atos de violência justificou a repressão contra a exchange.
“Nós tropeçamos em evidências que ligam as operações da Binance e esses elementos criminosos — terroristas e similares”, disse Alhaji Mohammed Idris, Ministro da Informação do governo, à DL News em uma entrevista exclusiva.
Em 2023, a Binance admitiu ter violado leis bancárias nos Estados Unidos, não prevenindo transações suspeitas ligadas a Hamas, Al Qaeda e Estado Islâmico. A exchange fechou um acordo e pagou US$ 4,3 bilhões para encerrar o caso.
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Crise econômica e repressão contra a Binance
O governo nigeriano também acusa a Binance de influenciar negativamente o valor do naira, que perdeu 90% de seu valor em oito meses até fevereiro de 2024.
O CEO da Binance, Richard Teng, afirmou em maio que o governo tentou extorquir a empresa em US$ 150 milhões para encerrar as investigações. No entanto, o Ministério da Informação classificou a alegação como infundada.
Em fevereiro, as autoridades prenderam dois executivos da Binance, Tigran Gambaryan e Nadeem Anjarwalla, após tentativas fracassadas de negociação. Gambaryan permaneceu detido por sete meses na Prisão de Kuje, enquanto Anjarwalla fugiu em março e agora é alvo de uma notificação vermelha da Interpol.
Gambaryan, inclusive, está processando o governo nigeriano por violações de direitos humanos. Ele alega que a sua detenção e confisco de passaporte após sua chegada ao país em fevereiro de 2024 violam a constituição da Nigéria.
A Binance enfrentará novas audiências na Nigéria em abril, mas o andamento do processo tem sido marcado por adiamentos e complicações legais.
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