Nesta terça-feira, 13 de novembro, o presidente da Venezuela Nicolás Maduro deu mais um incentivo para os investidores adquirirem a criptomoeda oficial do país, o Petro.
Na semana passada, Maduro visitou a sede da Superintendência de Criptoativos e Atividades Relacionadas (Sunacrip) para se inscrever em um plano de poupança via Petro, anunciou o Ministério do Poder Popular para Comunicação e Informação (Minci), responsável por levar ao povo as mensagens oficiais do governo.
Durante sua visita, Maduro ofereceu um novo incentivo para as pessoas comprarem a moeda digital nacional de seu país. De acordo com o jornal local El Nacional, o presidente afirmou:
“Quem comprar o Petro [até o dia 31 de dezembro] poderá convertê-lo em qualquer moeda digital ou moeda internacional conversível, como Bitcoin ou yuan.”
A informação do El Nacional foi confirmada pelo Minci, que completou: “neste período especial, a partir de agora até 31 de dezembro, o Petro pode ser convertido e então em dezembro, você pode comprar o que quiser, através da internet”.
A notícia, no entanto, carrega a característica ambiguidade que cerca a criptomoeda oficial da Venezuela. Ao passo de que a conversão em outros criptoativos ou moedas fiduciárias será permitida – ao menos de acordo com o governo – a carteira do Petro ainda não está disponível e os compradores da criptomoeda recebem meros certificados de compra no lugar do token em si.
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De acordo com a Sunacrip, vários venezuelanos e funcionários do governo compraram o Petro desde que foi colocado à venda, em 29 de outubro. Os compradores precisam preencher os requisitos de identificação de cliente (KYC), que incluem impressões digitais e outras informações, antes de receberem um certificado de compra do Petro.
Enquanto isso, a criptomoeda atualmente não tem nenhuma das marcas usuais de um ativo desse tipo. A carteira oficial ainda não está disponível e links no seu site oficial para baixar as carteiras Windows e Linux retornam a mensagem: “esta carteira estará disponível em breve para o seu sistema operacional”. Além disso, El Aissami, vice-presidente da Venezuela, explicou que o aplicativo Android para a carteira, anteriormente disponível no Google Play Store, foi removido pelo Google.
Além disso, não há repositório de código do Petro disponível ao público, no GitHub e em nenhum outro portal. Portanto, a confirmação independente de sua existência ou funcionalidade é impossível. Também não há gráficos ou dados publicados mostrando a saúde da rede Petro, como atividade de rede, tempos de confirmação, taxa de transferência de transações, hashrate de mineração ou outras estatísticas básicas de criptomoeda.
Apesar do whitepaper do Petro descrever um tempo de mineração de um bloco por minuto, em média, o próprio explorador de blocos do governo mostra apenas 827 blocos minerados até o fechamento desta matéria – isso depois de mais de um mês que o explorador foi publicado e seu primeiro bloco exibido. E para completar, não é possível ver a lista de blocos minerados no explorador caso o usuário não possua um endereço Petro.
Com essa série de mistérios, links com informações incompletas e o histórico do governo venezuelano, o Petro terá que despender um enorme esforço para se tornar confiável como um meio de troca.