A Latam Retail Show 2019 (congresso sobre as transformações digitais, tecnológicas, comportamentais e econômicas no sistema de varejo) aconteceu entre os dias 27 e 29 de agosto, em São Paulo.
No dia 29 de agosto, Fernando Mattoso, VP de tecnologia e negócios digitais da Natura, Carlos Rischioto, líder técnico de blockchain da IBM, Joaquim Sousa, diretor comercial do Carrefour, e Caio Camargo, sócio-diretor da GS&UP, se reuniram no painel “Blockchain: A próxima revolução no varejo” para falar sobre usos e como essa tecnologia pode ser a melhor coisa para o varejo, conforme relatado no site Mercado e Consumo.
Caio Camargo começou falando sobre a tecnologia em si:
“Estamos falando de segurança, origem dos produtos, confiança nos produtos, transações financeiras. Tudo com mais segurança e confiabilidade. Blockchain não é sobre tecnologia, é sobre as relações que as marcas têm com seus consumidores.”
Em seguida, Fernando Mattoso falou sobre o uso da blockchain pela Natura, segundo ele, a empresa valoriza os conhecimentos de populações indígenas e tradicionais da floresta. Para isso, existe uma preocupação em manter a natureza preservada, incentivando o extrativismo em comunidades locais, ms é difícil comprovar isto para o consumidor.
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“Queremos que as nossas consultoras mostrem para a consumidora o impacto daquele bioextrato”.
Ele explicou que a empresa tem todas as famílias e produtos mapeados, coletados e armazenados em dados. “É feito o registro inicial na blockchain”.
Os pacotes com os produtos e as cooperativas que os armazenam também são rastreados e inseridos na blockchain. Na fábrica da Natura e no centro de distribuição, este mapeamento continua, uma vez que o produto pode ir para um consultor, uma loja ou diretamente para o consumidor. É preciso rastrear todos os itens da cadeia de produção, não apenas as matérias primas, mas a embalagem, o transporte, etc.
Joaquim Sousa disse que a tecnologia faz parte do projeto do Carrefour para incentivar a alimentação saudável chamado “Act for Food”. Ele ressaltou que as pessoas terão cada vez mais pressa para ter acesso a estas informações de origem dos produtos. A empresa deseja ampliar a utilização da blockchain para vários produtos.
“A rastreabilidade é um avanço pra a cadeia produtiva de alimentos. Traz celeridade e, principalmente, confiança para a cadeia.”
Carlos Rischioto trouxe exemplos para mostrar a importância da tecnologia na IBM. Um deles é a utilização da blockchain pela própria IBM em seu banco de empréstimos IGF, para resolver problemas de disputas entre fornecedores e empresas. Antes, cada processo de disputa levava 44 dias para ser resolvido. Com a blockchain, o tempo foi reduzido em 75%.
Por outro lado, o executivo destacou que a tecnologia não faz milagres.
“A Blockchain não vai resolver todos os seus processos, substituir o seu RH, os seus processos internos, mas vai ajudar a resolver vários problemas.”
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