Quando se fala em criptomoedas, a rentabilidade é sem dúvida o maior atrativo. Afinal, praticamente nenhum ativo conseguiu a proeza de se valorizar mais de 1000% no período de um ano – e isso apresentando fundamentos cada vez mais sólidos e aceitação em amplos mercados internacionais.
Contudo, a maioria das criptomoedas não são ativos geradores de renda. Elas funcionam mais como ativos comprados com a expectativa de valorização futura em termos de moeda local. Embora a valorização, nesse caso, possua fundamentos sólidos (ao contrário de uma bolha, por exemplo), o ganho se dá apenas dessa forma. Não existe maneira de obter novos bitcoins através de renda passiva usando apenas a compra de moedas.
No entanto, isso não significa que seja impossível. Existem duas formas de gerar renda passiva através de criptomoedas. Basta utilizar os processos de mineração da moeda.
Mineração
Mineração é o processo pelo qual são geradas novas unidades de determinada criptomoeda. É um processo que geralmente envolve quebra de complexos códigos matemáticos com o objetivo de encontrar uma determinada solução de um problema.
Dentro do mundo de criptomoedas existem duas formas de mineração até o momento. As mais conhecidas são a Proof of Work (PoW) e a Proof of Stake (PoS). Na PoW, o usuário que deseja minerar precisa dedicar um alto poder computacional para contribuir com a solução dos códigos de mineração. Esse é o tipo de processo usado no bitcoin, onde cada bloco possui uma recompensa dada a quem encontrar a solução mais rapidamente.
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Já a PoS funciona de maneira um pouco diferente. Ao invés de usar poder computacional para validar as transações da rede, o usuário precisa provar que possui uma determinada quantidade de moedas, as quais mostram que ele acredita no projeto. Esse tipo de mineração pode ser vista em moedas como a Dash (que usa os masternodes) ou Decred (sistema de tickets). Quanto mais moedas o usuário detiver, mais chances ele tem de ganhar o sorteio e, dessa forma, minerar o próximo bloco, ganhando a recompensa equivalente.
Investimento
O investimento demandado pela mineração depende de cada moeda e de cada sistema.
Na mineração PoW, os maiores investimentos são em máquinas específicas para os cálculos (as ASICs, no caso do bitcoin) e em energia elétrica. Isso cria alguns obstáculos para a mineração individual: as máquinas só podem ser obtidas via importação e o custo de energia, principalmente em países como o Brasil, é bastante alto. Somados com o aumento da dificuldade em encontrar os blocos do bitcoin, isso torna a mineração PoW da moeda uma custosa empreitada para quem deseja minerar sozinho.
Uma solução que pode ser usada por quem deseja minerar bitcoin com pouco investimento é se juntar a uma pool de mineração. As pools são conjuntos de máquinas que mineram de modo a obter o resultado dos blocos com mais rapidez. Caso uma máquina da pool obtenha o resultado, a recompensa (12,5btc por bloco mais as taxas) automaticamente é distribuída para todas as demais máquinas, de acordo com a participação de cada uma.
A vantagem dessa divisão é que a máquina passa a receber sempre pequenas frações da moeda, de forma constante. Isso gera uma renda passiva que estará sempre entrando na carteira do minerador, algo que seria mais difícil de conseguir caso a pessoa decidisse minerar por conta própria.
Já a mineração PoS, embora menos conhecida, é muito mais acessível. Primeiramente, ela não demanda a compra de nenhum equipamento, tampouco um alto consumo de energia elétrica. Para ter acesso a ela, basta que o investidor adquira uma determinada quantidade da criptomoeda que ele deseja minerar.
Existem várias formas e valores para iniciar na mineração PoS. Na Dash, por exemplo, ela é feita através dos masternodes. Para adquirir um masternode, é preciso possuir no mínimo 1000 Dash (algo em torno de 786 mil dólares). Os rendimentos dos masternodes são diários e variam em torno de 0,7% ao mês, de acordo com a cotação da moeda.
Já a Decred tem um sistema de tickets, os quais podem ser adquiridos por cerca de 84 decreds (valores atuais), sendo que a recompensa está por volta de 1.3 decred a cada ticket sorteado. O rendimento decresce a cada mês, mas é algo em torno de 1 a 2% ao mês – média superior a da maioria dos investimentos tradicionais.
Qual a melhor opção?
A mineração é uma excelente forma de investimento para quem acredita no potencial de uma determinada moeda e deseja receber mais unidades dela ao longo do tempo, sem que para isso precise realizar compras mensais. Basta um único investimento para começar.
O primeiro passo que cada investidor deve tomar, se realmente deseja entrar no mundo da mineração, é conhecer a moeda na qual pretende investir. Conhecer a proposta, os diferenciais, a equipe, a gestão da moeda, todos esses são fatores que devem ser levados em conta ao aplicar o capital em qualquer ativo.
Pessoalmente considero a Decred como a mais viável das opções apresentadas. Trata-se de uma moeda com um valor ainda acessível, um excelente sistema de votação e governança, rentabilidade bastante atraente e, para facilitar ainda mais, possui uma pool totalmente brasileira, o que traz facilidade no contato e na solução de dúvidas para os investidores iniciantes.
A mineração em bitcoin ainda pode ser viável, desde que o usuário conheça os custos e riscos e procure uma pool que seja de confiança, segura e transparente quanto a mineração e ao cuidado com as máquinas.
A Dash, por outro lado, possui o acesso mais custoso, especialmente devido as fortes altas que a moeda apresentou nos últimos dias. Isso tornou um masternode uma opção inviável para quem dispõe de pouco capital a investir. Nesse caso, o investimento na moeda em si se torna mais acessível.
Conclusão
Se além de comprar a moeda e esperar uma valorização, um investidor também acredita no projeto e deseja gerar uma renda passiva com mais unidades daquela moeda, a mineração se torna uma forma atrativa para obter isso.
Com estudo, disciplina e, principalmente, investindo valores cuja perda seja tolerável, é possível ter ótimos ganhos nessa nova modalidade de investimento.