A MetaMask, uma das carteiras de criptomoedas mais populares do mundo, anunciou a introdução do serviço de staking de Ethereum. Essa novidade promete democratizar o acesso ao staking de ETH, mas traz uma ressalva significativa: os usuários dos Estados Unidos e do Reino Unido, por enquanto, estão de fora.
Em um comunicado oficial, a MetaMask revelou que seu serviço de staking permitirá que usuários agrupem seus fundos para bloquear em validadores operados pela Consensys, empresa de software blockchain. O principal benefício desse serviço é permitir que detentores de ETH participem do staking sem precisar atender ao alto requisito mínimo de 32 ETH, o que equivale a cerca de US$ 112.000.
Com a nova funcionalidade, os usuários podem bloquear qualquer quantia de ETH e ainda se qualificar para as recompensas de staking. Esse movimento é uma resposta direta ao fato de que 99% dos detentores de ETH não possuem os 32 ETH necessários para se tornarem validadores independentes. A MetaMask identificou que 74% do ETH em circulação não está em staking, com a maioria concentrada em alguns poucos pools maiores.
O que é o Staking de Ethereum?
Desde a transição do Ethereum para o mecanismo de consenso de prova de participação (PoS), a rede passou a depender de validadores em vez de mineradores. Esses validadores são responsáveis por processar transações, armazenar dados e adicionar blocos à blockchain. A segurança e a descentralização da rede dependem da participação ativa desses validadores, que recebem juros sobre suas moedas “travadas”.
Por outro lado, se um validador não cumprir suas funções corretamente ou se envolver em práticas inadequadas, ele pode sofrer o que é conhecido como “slashing”, perdendo parte de seus fundos. Matthieu Saint Olive, gerente de produto da Consensys, afirmou que desde 2020, os validadores da Consensys têm operado sem incidentes de slashing.
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Basicamente, o serviço de staking compartilhado da MetaMask visa preencher a lacuna para os usuários que possuem menos de 32 ETH. Com isso, mais pessoas poderão contribuir para a segurança da rede Ethereum, tornando-a mais robusta e descentralizada. Além disso, os ativos em staking podem ser retirados a qualquer momento, dependendo dos protocolos de saída dos validadores.
A introdução do staking em pool pela MetaMask coloca a empresa em competição direta com outros grandes players do mercado, como Lido e Coinbase. A Lido é atualmente a maior plataforma de staking líquido, permitindo que os usuários façam staking de ETH e recebam tokens Lido Staked Ethereum (stETH), que podem ser usados em aplicativos DeFi.
A Coinbase, apesar das restrições regulatórias, continua a ser um dos maiores provedores de staking em pool, com uma participação significativa do mercado. Juntas, Lido e Coinbase representam quase 45% dos 33 milhões de ETH atualmente em staking na rede Ethereum.
EUA e Reino Unido ficam de fora
Joseph Lubin, CEO da Consensys e cofundador do Ethereum, comparou o novo serviço ao staking líquido, destacando sua conveniência. Ele explicou que o serviço permite alocar pequenas ou grandes quantias de Ether de maneira simples e retirar rapidamente, se necessário.
Apesar das vantagens, o serviço ainda não está disponível para usuários dos Estados Unidos e do Reino Unido. A MetaMask informou que está trabalhando para lançar o serviço nessas regiões em breve, mas enfrenta desafios regulatórios significativos.
Nos Estados Unidos, o cenário regulatório para o staking de Ethereum está em constante evolução. Em 2023, a Comissão de Valores Mobiliários (SEC) multou a Kraken em US$ 30 milhões por acusações relacionadas ao serviço de staking de criptoativos. A Coinbase também teve que reduzir seu serviço de staking após enfrentar ações semelhantes da SEC.
No Reino Unido, embora o ambiente regulatório seja menos rígido, ainda há incertezas. O Secretário de Economia do Tesouro, Bim Afolami, prometeu definir regras para staking e stablecoins, mas até agora, o progresso tem sido lento.
