João Guilherme Lyra, embaixador da Nem no Brasil, é também autor de um novo livro sobre blockchain que chega ao mercado editorial brasileiro. Com “Blockchain e Organizações Descentralizadas“, resultado de uma pesquisa do autor, Lyra pretende mostrar como a blockchain marca o surgimento de uma nova era social na qual a descentralização é analisada em um conceito muito mais amplo do que apenas valores especulativos sobre a valorização ou desvalorização de um critpoativo.
“O que se percebe é que as Organizações Descentralizadas surgem como resposta a um sistema financeiro excludente onde 1% da população mundial possui mais de 82% da riqueza do mundo. Em uma década onde o trabalhador só tem perdido poder”, destaca o autor.
Lyra argumenta que, por meio da blockchain, uma ampla gama de serviços, hoje centralizados, poderão ser oferecidos pela população, tal qual ocorreu com a relação táxi/Uber. Desta forma, o movimento de “compartilhamento” será cada vez mais integrado e só vai atingir seu “ápice” quando estiver apoiado pela blockchain.
“Blockchain e criptomoedas são o reflexo do movimento natural da sociedade, relacionado diretamente ao conceito jurídico da busca da felicidade, que engloba a busca das pessoas em manterem-se ativas economicamente e que reflita os interesses deste novo milênio ‘digital’ e no qual as estruturas das antigas de organização social não se refletem mais, por isso, novas formas de geração de valor e serviços baseadas”, destaca Lyra.
Justamente por conta desta transição, Lyra reforça que há conflitos, principalmente na questão legal, para traçar regras que sejam capazes de atender a este mercado.
“Busquei apoio em autores clássicos como Schumpeter, Hayke, Drucker, Metcalfe para mostrar como o Estado tem dificuldades em se adaptar à inovação. É a mesma coisa que trocar a roda do trem com ele andando”, disse.
No entanto, Lyra é enfático:
“A inovação vai sempre entrar em contraste com o status quo, nasce a margem dos centros sociais e não pode ser parada e, com o tempo, ela vai superando e modificando a sociedade”, finaliza.
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