A exchange global de criptomoedas Kraken anunciou nesta sexta-feira (02), a integração do sistema de pagamentos instantâneos Pix para depósitos em reais no Brasil. A medida visa facilitar o acesso de investidores brasileiros à plataforma, permitindo transferências rápidas e integração com o mercado cripto.
A empresa afirma que a nova funcionalidade converte automaticamente os valores depositados para dólares americanos (USD), moeda padrão das negociações na plataforma — algo que outras exchanges ainda não oferecem. A Kraken exibe a taxa de câmbio antes da confirmação da transação e garante transparência ao usuário durante todo o processo.
A adoção do Pix pela Kraken ocorre em um momento de crescente interesse por criptomoedas no Brasil. De acordo com dados do Banco Central, o Pix se tornou o meio de pagamento mais utilizado no país desde seu lançamento em 2020, com mais de 140 milhões de usuários cadastrados.
Kraken, Pix e exchanges internacionais no Brasil
A Kraken amplia sua atuação no Brasil em um momento em que mais exchanges internacionais intensificam sua presença no país. Segundo o Banco Central, essas plataformas em breve precisarão de autorização oficial para operar, conforme novas regras em fase de definição.
O diretor de regulação do Banco Central, Otávio Damaso, afirmou que o órgão vai supervisionar de perto todas as empresas do setor. O objetivo é garantir que cumpram as normas propostas na atual Consulta Pública, cujas resoluções devem entrar em vigor em 2025.
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“Vamos ficar em cima, fiscalizando todas as plataformas de cripto para garantir que sigam as regras”, declarou Damaso.
Ele ainda destacou a falta de clareza sobre o número de exchanges atuando no Brasil.
“Não sabemos sequer quantas existem no país, e todas vão ter que ser autorizadas e supervisionadas pelo Banco Central”, completou.
No caso das exchanges e prestadores de serviços com criptomoedas, o Banco Central do Brasil, na atual proposta de consulta pública, classifica as empresas em três categorias principais: intermediárias de ativos virtuais, custodiantes de ativos virtuais e corretoras de ativos virtuais.
“As intermediárias atuam na compra, venda e administração de carteiras, enquanto as custodiantes são responsáveis pela guarda de ativos. Já as corretoras integram ambas as funções. As exigências de capital mínimo variam de acordo com a categoria: R$ 1 milhão para intermediárias, R$ 2 milhões para custodiantes e R$ 3 milhões para corretoras”, explica Emília Campos, do escritório Malgueiro Campos Zardo (MCZ).