A equipe especializada em blockchain do banco norte-americano JP Morgan Chase desenvolveu um recurso de privacidade para blockchains baseadas em Ethereum. Segundo o portal de notícias Coindesk, a nova funcionalidade protege não apenas a identidade dos usuários, mas também os valores que estão sendo enviados nas transações.
Revelado exclusivamente para a CoinDesk, o JP Morgan afirmou que a nova extensão chama-se Zether e é um protocolo blockchain totalmente descentralizado para pagamentos confidenciais. O Zether é compatível com Ethereum e outras plataformas de contratos inteligentes, além de ser projetado para adicionar mais uma camada de anonimato às transações.
O gigante bancária, com sede em Nova York, inaugurou a extensão nesta terça-feira, 28 de maio, e a utilizará na plataforma Quorum, uma blockchain privada baseada em Ethereum e criada pelo próprio JP Morgan em 2016.
O Zether foi construído por um grupo de acadêmicos e pesquisadores de tecnologia financeira, incluindo Dan Boneh, da Universidade de Stanford. Ele utiliza provas de conhecimento zero (ZKPs, na sigla em inglês), um ramo da matemática que permite que uma parte prove que conhece algum valor secreto ou informação sem transmitir qualquer informação ou detalhe sobre as mesmas.
Oli Harris, chefe de Quorum e de estratégia com criptoativos do banco, trouxe mais detalhes sobre o funcionamento do Zether e suas funcionalidades.
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“Na versão básica do Zether, os saldos e os números das contas são ocultas, mas as identidades dos participantes não são. Então resolvemos isso. Na nova implementação, fornecemos um protocolo de prova para a extensão anônima em que o remetente pode manter oculta sua identidade e a dos destinatários das transações em um grupo maior de partes.”
O JP Morgan teve um ano movimentado no mercado de blockchain, e não apenas com seu plano para obter uma criptomoeda interna aos moldes das stablecoins – a JPM Coin. O banco atraiu cerca de 220 bancos para sua Interbank Information Network, baseada no Quorum, ampliando o acesso da ferramenta.
Mais recentemente, o JP Morgan completou uma carga de trabalho de integração com o Microsoft Azure, uma vez que o banco continua a preparar o Quorum para ser uma plataforma de protocolo aberto.
Harris destacou que a arquitetura de pagamentos confidenciais do Zether incorpora uma abordagem baseada em contas, empregada pelo Ethereum, em oposição à saída de transação não utilizada, ou abordagem baseada em UTXO, usada pelo Bitcoin. O UTXO também é um recurso presente na Zcash, criptomoeda com foco em privacidade – foi na Zcash que o componente ZKP original do Quorum foi baseado.
Dessa forma, a extensão pode beneficiar não apenas os usuários do Quorum, mas também as empresas que se baseiam em outras blockchains além do Ethereum – além, claro, das empresas que utilizam a segunda maior blockchain do mercado.
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