A Genbit é uma empresa que prometia altos ganhos sobre supostos investimentos em criptomoedas. Também conhecida como Zero 10 Club, desde setembro de 2019 a empresa não paga os seus clientes.
De acordo com uma reportagem da Record, exibida no programa Domingo Espetacular, os donos da Genbit estão tentando ocultar patrimônios em bens e contas no exterior.
Ainda segundo a reportagem, encontrar estes bens e valores é a única chance dos investidores reaverem seus valores.
Um rápido resumo da matéria:
A reportagem da Record começa abordando o esquema, explicando o que é uma pirâmide financeira. São abordados os rendimentos estratosféricos oferecidos pela Genbit, que variavam de 5% a 15% ao mês.
Diversos investidores da empresa prestaram declarações sobre seus investimentos e sobre serem enganados. Um homem afirmou que toda a “pompa” da empresa fez com que ele caísse no golpe:
“Eu estava desconfiado, mas vi quem não tinham carro comprando carro, apartamento, mudando de vida.”
Outro investidor é exibido tentando negociar a devolução de seus R$ 26 mil investidos. De acordo com ele, o dinheiro pertence à sua esposa.
Os donos da Genbit, Nivaldo Gonzaga e Gabriel Barbosa, mudaram-se do apartamento de luxo que viviam em Valinhos – interior de São Paulo. Além disso, diversas empresas do grupo Treepart Group foram fechadas na surdina.
A reportagem exibe que a sede da seguradora do grupo, dentre outras empresas, foram abandonadas sem que os clientes ficassem sabendo.
Ademais, é abordada a ação civil pública movida pelo Ministério Público de São Paulo, e o pedido de bloqueio de R$ 800 milhões em face da Genbit e seus sócios. Entretanto, nenhum valor foi encontrado.
É então abordado que a empresa e seus sócios podem estar ocultando bens. Segundo os peritos do caso, estes podem ter sido mascarados por jatinhos e contas no exterior, cuja descoberta é fundamental para que investidores recuperem seus valores.
Após prometer pagar os investidores em novembro, não tendo cumprido a promessa, a Genbit revelou seu TreepToken.
Segundo a empresa, trata-se de um token aceito em diversos estabelecimentos, embora nunca tenha sido provado quais estabelecimentos aceitam o token.
Rainaldo Oliveira, advogado da empresa, afirma que “não há dívida a ser paga”, pois os clientes receberam em “ativos digitais”. Apesar de não mencionar o TreepToken, foi por meio dele que a Genbit supostamente quitou suas dívidas.
Contudo, decisões na esfera jurídica estão negando o pagamento por meio do token da Genbit. De acordo com o que é fundamentado, os contratos devem ser pagos em Bitcoin, conforme prometido aos investidores.
Desta forma, o pagamento alegado pelo advogado é inválido aos olhos dos tribunais.
Substituindo o TreepToken, foi criado o Treep Global, com a proposta de alcance global. A base ainda é a mesma, um token supostamente utilizável no comércio.
Porém, assim como o TreepToken, o Treep Global tem fracassado. Na segunda rodada de oferta inicial em exchange (IEO, na sigla em inglês), o Treep Global arrecadou somente R$ 200.
Agora em sua quarta rodada de IEO, que chega ao fim no dia 21 de maio, o token arrecadou menos ainda: cerca de R$ 120.
A proposta global possivelmente corrobora um ponto levantado pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP). Em sua ação civil pública, o parquet afirma que o Treepart Group é:
“Um grupo especializado, com envolvimento de empresas estrangeiras, cujo objetivo, no momento, é apenas retardar ao máximo a devolução dos valores captados dos investidores enganados.”
Desta forma, um esforço de “internacionalizar” a proposta do TreepToken pode dar razão ao que argumentou o MPSP.
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