Christine Lagarde, diretora-chefe do FMI (Fundo Monetário Internacional), declarou que é preciso combater “fogo com fogo”, em referência a posição do órgão quanto ao mercado de criptomoedas.
A declaração foi feita por Lagarde no blog do FMI e sugere que para combater os crimes associados ao Bitcoin e às outras criptomoedas, como lavagem de dinheiro e financiamento do terrorismo, deveria ser utilizada justamente a tecnologia blockchain, a mesma que permite o funcionamento desses ativos digitais. Segundo Lagarde:
“O FMI também está analisando essas questões. O combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo tem sido foco do trabalho do FMI nos últimos 20 anos. Reconhecemos, porém, que é preciso fazer mais para conter a ameaça emergente representada pelas criptomoedas e garantir a estabilidade do sistema financeiro. De fato, as mesmas inovações que impulsionam as criptomoedas podem nos ajudar a regulamentá-las. Em outras palavras, podemos combater fogo com fogo. As tecnologias de regulamentação e de supervisão podem ajudar a expulsar os criminosos do mundo digital. A chamada tecnologia DLT (livro-razão distribuído) pode ser usada para agilizar a partilha de informação entre os participantes do mercado e os reguladores. É preciso que todos os interessados em manter a segurança das transações online sejam capazes de se comunicar entre si sem problemas. A tecnologia que possibilita transações globais instantâneas poderia ser usada para manter cadastros de clientes com informações comprovadas e padronizadas, juntamente com as assinaturas digitais. O melhor uso dos dados pelos governos pode também ajudar a liberar recursos para necessidades prioritárias e reduzir a evasão fiscal.”
A chefe do FMI já havia declarado que é inevitável uma regulamentação do mercado de criptomoedas. durante o Fóum Econômico Mundial o tema esteve não só nas palavras de Lagarde, mas ecoou entre chefes de estado, ministros, presidentes de banco centrais, entre outros. As reuniões do G20, que irão ocorrer na próxima semana na Argentina, pretendem tratar do tema.
“Mas nenhum país pode encarar esse desafio sozinho. A cooperação internacional é indispensável, para que todos esses esforços sejam mesmo eficazes é indispensável contar com forte cooperação internacional. Se as criptomoedas atravessam fronteiras, o quadro regulatório que se aplica a elas deve também ter âmbito global. Os países terão que decidir, coletivamente, que vale a pena seguir esse caminho. Um primeiro passo positivo é a concordância do G20 em incluir as criptomoedas na agenda da reunião de cúpula”, reforçou.
Ainda em sua publicação, a chefe do FMI salientou os benefícios da tecnologia blockchain, demonstrando que a cadeia de blocos chegou para ficar e tem ganhado cada vez mais espaço. “A tecnologia por trás desses ativos, incluindo a blockchain, é uma inovação empolgante, capaz de revolucionar muitos campos além das finanças. Pode, por exemplo, promover a inclusão financeira ao proporcionar novos métodos de pagamento de baixo custo para aqueles que não têm contas bancárias formais e, nesse processo, dar autonomia a milhões de pessoas em países de baixa renda.”
No final do comunicado, Lagarde defendeu o Bitcoin e seu potencial, um sinal positivo que pode impactar mundialmente como se dará a regulamentação das criptomoedas entre as nações. “Como eu já disse antes, ignorar as criptomoedas não seria uma decisão muito sábia, precisamos saber aproveitar seu potencial, mas também reconhecer seus riscos. Se trabalharmos juntos e utilizarmos a tecnologia para o bem comum, poderemos aproveitar o potencial das criptomoedas e, ao mesmo tempo, garantir que nunca se tornem um paraíso para atividades ilícitas ou uma fonte de vulnerabilidade financeira.“
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