Um relatório recente do Google Cloud revelou que hackers ligados à Coreia do Norte estão aumentando suas atividades cibernéticas na Europa, com foco especial em projetos de blockchain, sobretudo na rede Solana.
Esses agentes, associados ao regime norte-coreano, utilizam identidades falsas e técnicas sofisticadas para se infiltrarem em empresas, roubar dados sensíveis e financiar operações governamentais.
De acordo com o estudo, os membros da República Popular Democrática da Coreia (RPDC) se passam por profissionais de TI qualificados, buscando empregos remotos em empresas de tecnologia. Um dos casos destacados mostra que um indivíduo utilizou 12 identidades falsas nos EUA e na Europa, fabricando referências e construindo relações com recrutadores para ganhar credibilidade.
Esses agentes não apenas possuem habilidades avançadas de programação, mas também assumem projetos complexos, como o desenvolvimento de plataformas de tokens usando Next.js, React e CosmosSDK, contratos inteligentes em Anchor e Rust, e até mesmo a criação de um mercado de trabalho baseado em Solana. Além disso, um dos envolvidos chegou a desenvolver um aplicativo web de inteligência artificial (IA) utilizando Electron e Next.js.
Foco na blockchain Solana
O relatório aponta uma mudança no foco dos ataques, que antes eram mais concentrados nos Estados Unidos. Com o aumento do rigor nas contratações e ações do Departamento de Justiça americano, os norte-coreanos estão direcionando seus esforços para a Europa, onde a vigilância pode ser menos rígida.
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Outro fator preocupante é a exploração de ambientes de trabalho que permitem o uso de dispositivos pessoais (BYOD – Bring Your Own Device). O Google Cloud alerta que esses ambientes têm se tornado alvos preferenciais, pois facilitam o acesso não autorizado a sistemas internos.
Impacto no ecossistema cripto
Grupos hackers associados à Coreia do Norte já são conhecidos por seus ataques ao setor de criptomoedas. Em três, foram responsáveis por roubos estimados em mais de US$ 1 bilhão. Somente esse ano, realizaram um ataque de US$ 1,5 bilhão à exchange Bybit em fevereiro.
O relatório reforça a necessidade de maior segurança na contratação de profissionais remotos e na verificação de identidades, especialmente em empresas que lidam com tecnologias sensíveis, como blockchain e IA.
A crescente sofisticação desses ataques exige medidas proativas para evitar que esses agentes continuem explorando vulnerabilidades em busca de recursos para o regime norte-coreano. Enquanto a indústria de criptomoedas avança, a segurança cibernética deve ser uma prioridade para evitar que projetos inovadores se tornem alvos de ataques bem-orquestrados.
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