Ilya Lichtenstein, um dos acusados de roubar mais de 119 mil Bitcoins (BTC) da exchange Bitfinex em 2016, foi condenado a cinco anos de prisão pelo crime. Lichtenstein e sua esposa, Heather Morgan, estão presos desde fevereiro de 2022 depois que as autoridades os vincularam ao ataque, um dos maiores roubos do tipo.
A juíza Colleen Kollar-Kotelly, do Tribunal Distrital dos Estados Unidos para o Distrito de Columbia, emitiu a sentença após a confissão de culpa de Lichtenstein. De acordo com a acusação, o homem recebeu a pena por conspiração para cometer lavagem de dinheiro.
Condenado por roubo bilionário de Bitcoin da Bitfinex
De acordo com a juíza Kollar-Kotelly, Lichtenstein facilitou a transferência não autorizada de 119.754 BTC da Bitfinex. O acusado se declarou culpado das acusações.
Inicialmente, a quantia de BTC roubada da Bitfinex equivalia a cerca de US$ 71 milhões. Mas hoje, com o BTC valendo quase US$ 90.000, essa quantia corresponde a mais de US$ 10,6 bilhões.
Nas redes sociais, Lichtenstein se intitulava “especialista em computadores”, habilidade que usou para se infiltrar nos sistemas da Bitfinex. Durante o ataque de 2016, Lichtenstein conduziu mais de 2.000 transferências não autorizadas.
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A pena de cinco anos foi em linha com recomendações anteriores de promotores dos EUA, que recomendaram a condenação. O pedido de pena de cinco anos veio da promotora, mas muitos esperavam uma condenação de 20 anos.
No entanto, a juíza citou a colaboração de Lichtenstein em outras investigações criminais como um atenuante da pena. Se ele não tivesse colaborado, a pena máxima poderia chegar a 20 anos.
Essa cooperação supostamente auxiliou a polícia em vários casos, o que acabou contribuindo para a redução da sentença. O julgamento foi apenas de Lichtenstein – sua esposa e cúmplice, Heather Morgan, deve ser sentenciada em 18 de novembro. Em seu caso, os promotores sugeriram uma pena bem mais leve: 18 meses de prisão.
Entenda o processo
Após roubar a Bitfinex, Lichtenstein e Morgan passaram a usar técnicas elaboradas para tentar esconder os BTC. Essas ações incluíam fazer pequenas transações, usar contas, nomes, carteiras e até contas em exchanges diferentes, bem como fazer transações pela Deep Web.
Suas técnicas também envolviam movimentar os Bitcoins roubados por meio de ouro e outros ativos diversos, como tokens não fungíveis (NFTs). No entanto, o Departamento de Justiça dos EUA (DOJ) prendeu Lichtenstein e Morgan em fevereiro de 2022 depois que eles rastrearam sua estrutura de lavagem de dinheiro.
Promotores federais vincularam o casal a milhares de transações de Bitcoin, finalmente identificando seus autores. Após a prisão, Lichtenstein e Morgan se declararam culpados de acusações de conspiração para cometer lavagem de dinheiro e fraude.