O FBI invadiu a casa do CEO da Polymarket, Shayne Coplan, e apreendeu seu celular e dispositivos eletrônicos na última quarta-feira (8), conforme relatado pelo New York Post, citando uma fonte anônima. De acordo com uma publicação posterior da Bloomberg, Coplan estaria sob investigação do Departamento de Justiça dos EUA (DOJ) devido ao possível acesso de usuários dos EUA à plataforma.
A ação do FBI ocorreu oito dias após a Polymarket, uma plataforma de apostas popular lançada em Nova York, “acertar” sua previsão sobre a eleição presidencial dos EUA, confirmando a vitória de Donald Trump. A Polymarket, que atualmente restringe o acesso de usuários nos EUA, alcançou um grande volume de negociações durante o período eleitoral.
Em 2022, a Polymarket firmou um acordo com a Comissão de Negociação de Futuros de Commodities dos EUA (CFTC) para encerrar o uso de “opções binárias baseadas em eventos” sem a devida aprovação regulatória. O acordo incluiu uma multa de US$ 1,4 milhão e a exclusão de mercados não compatíveis. Em linha com as exigências, a plataforma bloqueou o acesso direto a usuários dos Estados Unidos.
Em uma publicação na rede X (antigo Twitter), Coplan criticou a administração atual, dizendo que a tentativa de investigação era uma forma de retaliação política. Ele afirmou que a Polymarket busca ser imparcial e que o governo deveria “reavaliar seu posicionamento e adotar uma abordagem mais pró-negócios e startups”.
Buscas na casa do CEO da Polymarket
Conforme relatou o New York Post, agentes do FBI teriam chegado ao apartamento de Coplan no bairro de Soho, em Nova York, às 6h da manhã. Lá, eles solicitaram acesso ao celular e demais eletrônicos do CEO. Apesar da ação, os policiais não prenderam Coplan. Além disso, o FBI não comentou o caso até o momento.
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A Polymarket ganhou popularidade nas eleições, alcançando mais de US$ 3 bilhões em volume de apostas para o pleito presidencial. Mesmo com as restrições, houve relatos de que usuários dos EUA estariam acessando a plataforma por meio de VPNs.
As apostas eleitorais nos EUA são um tema controverso para a CFTC. O regulador expressa preocupações sobre a integridade política em mercados de apostas. A questão foi levantada quando a plataforma de apostas Kalshi, baseada nos EUA, levou a CFTC ao tribunal em busca de autorização para oferecer contratos de apostas eleitorais.
Coplan expressou orgulho em relação à contribuição da Polymarket durante o período eleitoral. Conforme afirmou o executivo, a plataforma forneceu “valor para dezenas de milhões de pessoas sem prejudicar ninguém”.
Fontes próximas ao CEO classificaram a ação do FBI como “um teatro político”. Ou seja, deram a entender que o governo tenta acusar a Polymarket de manipulação de mercado para favorecer Trump nas previsões. Em uma mensagem bem-humorada publicada na quarta-feira, Coplan ironizou a apreensão do celular, dizendo “novo celular”.