O governo da Turquia revelou um plano econômico nesta semana. O plano, segundo matéria da Coindesk, inclui vários itens relacionados à blockchain, e entre eles está uma tentativa de criar uma criptomoeda emitida pelo banco central turco.
Publicado no site oficial do governo, o 11º Plano de Desenvolvimento foi submetido ao Parlamento turco na segunda-feira, 08 de julho, de acordo com relatórios regionais. O plano abrange o período entre 2019 e 2023 e serve como um ponto de orientação em busca de melhorias na economia da Turquia.
Aspectos do plano
O plano abrange uma série de assuntos, mas afirma que uma “moeda digital do banco central baseada em blockchain será implementada”. O documento também indica que a infraestrutura legal e tecnológica do país será fomentada pelo governo, em um esforço para utilizar o blockchain para fins de “transporte e processos de alfândega”.
A tecnologia blockchain é mencionada como uma das várias novas tecnologias estudadas pelo governo. A lista também inclui inteligência artificial e dispositivos conectados – também conhecidos como a Internet das Coisas – que serão usados para melhorar os serviços públicos.
Neste último caso, não ficou claro como a blockchain será utilizada. Tampouco foram divulgados detalhes sobre a criptomoeda proposta pelo governo. Segundo a Coindesk, o país tem alimentado a ideia de uma criptomoeda nacional, apelidada de “Turkcoin”, desde pelo menos o início de 2018.
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Segundo relatos da época, a ideia da Turkcoin foi lançada pelo legislador Ahmet Kenan Tanrikulu, vice-presidente do Partido do Movimento Nacionalista da Turquia e ex-ministro da Indústria do país.
Outros elementos do Plano de Desenvolvimento, embora não diretamente relacionados a criptomoeda e blockchain, podem afetar as empresas que trabalham nessas áreas.
Por exemplo, o governo planeja introduzir três novos órgãos: a Área de Experiências Regulatórias, uma Associação de Serviços de Pagamento e Instituições de Dinheiro Eletrônico, e a Base de Finanças e Tecnologia de Istambul. A relação dos bancos turcos com as exchanges do país são ambíguas: em geral, ambos operam em relativa harmonia, embora os bancos frequentemente imponham políticas rigorosas de listagem e de cadastros.
Riscos de intervenção
No início da semana, o presidente da Turquia Recep Tayyip Erdogan demitiu o presidente do banco central do país Murat Cetinkaya. Segundo o Financial Times, Erdogan disse que o banco central dará um maior grau de apoio à economia.
Imediatamente, os mercados ficaram com receio de que isso representasse uma maior intervenção do governo. Fontes da Turquia afirmam que Cetinkaya foi demitido por recusar-se a reduzir a taxa de juros do país, como desejava o presidente Erdogan.
De fato, o presidente afirmou que o banco central passaria a “apoiar” a economia com maior intensidade, reforçando os temores de uma intervenção acentuada. No ano passado, a lira turca desvalorizou 50% em um curto período de tempo e levou o país a sofrer uma grave crise.
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