Após apresentar um “ultimato” na forma de uma oferta final de US$ 1,5 bilhão ao Digital Currency Group (DGC), dono da empresa cripto Genesis, o cofundador da Gemini, Cameron Winklevoss, abriu um processo contra o DCG e seu CEO Barry Silbert.
O anúncio do processo foi feito pelo próprio Winklevoss em sua conta no Twitter. O processo foi aberto no tribunal do estado de Nova York nesta sexta-feira (07).
“Hoje, a Gemini entrou com uma ação contra o DCG e Barry Silbert pessoalmente no tribunal de Nova York. Barry não foi apenas o arquiteto e idealizador da fraude do DCG e Genesis contra os credores, ele estava direta e pessoalmente envolvido em perpetrá-la”, tuitou.
DCG e Barry Silbert são processados
Conforme informou Winklevoss, o conflito entre Gemini e DCG teve início quando a Gemini notificou a Genesis que encerraria o programa Earn em outubro de 2022. O Earn era um programa conjunto da Gemini com a Geneses, que pertence ao DCG.
O produto permitia aos seus clientes ganhar até 7,4% de rendimento percentual anual. De acordo com o combinado, a Gemini enviava os fundos de seus clientes para a Genesis, que por sua vez os emprestava para empresas como a agora extinta Three Arrows Capital.
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Quando o produto ia ser encerrado, Barry procurou marcar uma reunião para induzir a Gemini a continuar a Earn, segundo Winklevoss:
“Ele fez isso sabendo que a Genesis era extremamente insolvente”, disse Winklevoss. “Barry alegou que o Genesis enfrentava apenas um problema de tempo – uma mentira que escondia o buraco no balanço patrimonial do Genesis.”
Em seguida, Winklevoss escreveu que quando o fundo de hedge Three Arrows Capital (3AC) entrou em colapso em junho de 2022, após a crise de Terra (LUNA), revelou-se um “buraco de US$ 1,2 bilhão no balanço patrimonial da Genesis”.
Diante disso, segundo ele, a Genesis afirmou que tudo estava normal porque o DCG interveio para absorver as perdas. Winklevoss afirmou então que tudo não passu de uma “mentira cuidadosamente elaborada”. Isso porque o DCG não absorveu as perdas e nem forneceu capital real.
“Nos bastidores, o DCG escreveu a Genesis uma nota promissória falsa de 10 anos com uma taxa de juros de mísero 1% – valendo apenas uma fração de seu valor nominal de $ 1,1 bilhão. A Genesis era extremamente insolvente”, declarou.
Relatórios falsos
Além disso, o cofundador da Gemini alegou que tanto Barry, quanto o DCG e a Genesis conspiraram para criar relatórios financeiros falsos para esconder a verdade da Gemini. Entre outras coisas, o relatório “falso” teria apontado que a nota promissória era um “recebível” no valor de US$ 1,1 bilhão. “Outra mentira”, disse Winklevoss.
Ainda segundo o cofundador da Gemini, Mark Murphy, então-COO do DCG, sabia de tudo, incluindo os relatórios falsos. Mas, mesmo assim, ele não teria se preocupado em corrigir os documentos. “Mark Murphy mentiu diretamente quando disse a um credor que o DCG havia absorvido as perdas do 3AC”, disse.
Por fim, Winklevoss reforçou suas acusações ao DCG e à Barry, afirmando que os citados participaram diretamente da fraude que prejudicou o Gemini e centenas de milhares de usuários do programa Earn.
“Esta reclamação é um passo importante para responsabilizá-los pelo que fizeram”, concluiu.
Caso Gemini, Genesis e DCG
Em maio deste ano, a Gemini afirmou que a DCG deixou de pagar uma dívida de US$ 630 milhões, não cumprindo com suas obrigações. Essa dívida seria referente ao programa Earn que as empresas tiveram que encerrar após uma crise financeira da Genesis.
A Gemini afirma que tentou trabalhar em busca de soluções para devolver ativos aos credores do Gemini Earn, mas nunca obteve sucesso “apesar de falar publicamente sobre isso”. A Genesis entrou com pedido de falência em janeiro de 2023.