Sam Bankman-Fried (SBF), fundador da exchange FTX, continua em sua prisão domiciliar aguardando julgamento. No entanto, o ex-CEO deve revisitar o tribunal antes de seu julgamento agendado para 2 de outubro. O motivo, de acordo com a Reuters, é a suposta violação das condições impostas a SBF para sua prisão domiciliar.
O juiz distrital dos EUA, Lewis Kaplan, decidirá se SBF pode continuar em suas condições de fiança em andamento no caso de fraude. Em caso de derrota, SBF pode ser reconduzido para a prisão e aguardar o restante do período até o julgamento atrás das grades. O ex-CEO da FTX deve voltar ao tribunal ainda nesta quarta-feira (26).
Quebra de fiança?
De acordo com os relatórios, os promotores levantaram a preocupação de adulteração de testemunhas quando SBF entregou os escritos pessoais de Caroline Ellison a um repórter do New York Times. Ellison é ex-presidente-executiva do fundo de hedge cripto Alameda Research e ex-namorada de SBF.
No mesmo caso que envolve o ex-bilionário, Ellison se declarou culpada das acusações de fraudes. No entanto, ela deve testemunhar contra a SBF no caso, como parte de um acordo para reduzir sua pena.
Os promotores sugeriram que o motivo de o fundador da FTX para compartilhar documentos cruciais foi uma tentativa de adulterar a testemunha. Essa manobra poderia colocar Ellison sob uma luz ruim e, como resultado, enviar uma mensagem pela mídia de que ela cometeu esses crimes sozinha.
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Além disso, um dos termos da fiança é que SBF não poderia entrar em contato com outras pessoas envolvidas no caso da FTX. Portanto, a tentativa de contatar Ellison se configura numa quebra das condições do acordo de fiança. E já que o acordo também inclui a prisão domiciliar, isso significa uma possível prisão de SBF.
O juiz Kaplan marcou a audiência no Tribunal Federal de Manhattan às 15h, horário de Brasília. A audiência irá considerar a continuação das atuais condições de fiança. Vale ressaltar que não é a primeira vez que o juiz questiona os termos da fiança da SBF. O fundador da FTX tentou anteriormente entrar em contato com o atual CEO da FTX, John Ray, e um advogado da FTX.
Ex-CEO da FTX vai antes ao tribunal
O juiz distrital Lewis Kaplan foi instruído pelo escritório do procurador dos EUA em Manhattan para impedir o ex-CEO da FTX de dar declarações públicas relacionadas ao caso. De acordo com algumas condições propostas, o ex-executivo só pode operar um telefone sem conexão com a Internet e um notebook com funções básicas.
Os pais de SBF concordaram em limitar seu acesso a seus dispositivos durante a prisão domiciliar. No entanto, a quebra da condição e o contato com Ellison demonstram falhas nessas garantias. Eles também assinaram as declarações para não trazer dispositivos eletrônicos proibidos para dentro de casa.