Na última segunda-feira (13), o fundador e ex-CEO da exchange de criptomoedas FTX, Sam Bankman-Fried, foi preso nas Bahamas. Ele está sendo acusado pela Comissão de Valores Mobiliários dos EUA, a SEC, de “orquestrar um esquema para fraudar investidores” da FTX”. Além disso, enfrenta acusações por supostamente se apropriar indevidamente de bilhões de dólares e violar as leis de campanha.
Na terça-feira, um dia após a prisão, a defesa de SBF apresentou um pedido de fiança de US$ 250.000 (R$ 1,3 milhão) para libertar seu cliente. No entanto, a magistrada chefe das Bahamas, JoyAnn Ferguson-Pratt, negou o pedido. De acordo com a Reuters, a juíza alegou que o risco de fuga de SBF era muito “grande”. Em seguida, ordenou que SBF fosse enviado para uma prisão nas Bahamas até 8 de fevereiro.
A decisão veio horas depois de a equipe jurídica de Bankman-Fried notificar os tribunais das Bahamas que pretendia contestar qualquer ordem de extradição para os EUA. Ryan Pinder, procurador-geral das Bahamas e ministro de Assuntos Jurídicos, disse em comunicado na segunda-feira, data da prisão, que seu escritório foi notificado de que os EUA “provavelmente solicitarão sua extradição”. A audiência de extradição de Bankman-Fried está marcada para o dia 8 de fevereiro de 2023.
Acusações contra FTX, SBF e Alameda
Nos EUA, além da SEC, a Comissão de Negociação de Futuros de Commodities (CFTC) e o Departamento de Justiça também apresentaram acusações contra SBF. A CFTC processou Bankman-Fried, a Alameda e a FTX, alegando fraude envolvendo ativos de commodities digitais.
Enquanto isso, a promotoria acusa o executivo de fraudar os clientes da FTX e apropriar-se de seus recursos para pagar despesas e dívidas e fazer investimentos em nome da Alameda Research, empresa irmã da FTX. Além disso, as acusações afirmam que o ex-CEO da FTX forneceu informações falsas e enganosas aos clientes da Alameda sobre a condição do fundo de hedge.
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Ainda, acusaram Bankman-Fried de usar o dinheiro roubado para doar “dezenas de milhões de dólares em contribuições de campanha”. SBF se tornou um dos maiores doadores democratas, contribuindo com US$ 5,2 milhões para a campanha de 2020 do presidente Joe Biden.
Os promotores afirmaram que Bankman-Fried pode pegar até 115 anos de prisão se for condenado em todas as oito acusações.
Colapso da FTX
A FTX entrou com pedido de recuperação judicial no dia 11 de novembro e, no mesmo dia, SBF deixou o cargo de CEO da empresa. Estima-se que a exchange deva a cerca de 1 milhão de clientes e outros investidores. De acordo com o atual CEO da FTX, John Ray, a FTX perdeu US$ 8 bilhões em dinheiro de clientes.
Ainda segundo ele, a empresa mostrou “absoluta concentração de controle nas mãos de um pequeno grupo de indivíduos grosseiramente inexperientes e não sofisticados”.