O famoso bilionário Ray Dalio alertou que os Estados Unidos estão “abusando do poder de emitir a moeda de reserva mundial”. E as consequências podem ser severas.
Dalio deu a sua fala na Expert, evento realizado pela XP Inc. O evento é a maior feira de investimentos do mundo. Em 2020, ela foi realizada online pela primeira vez.
Para o gestor da Bridgewater Associates, o investidor deve direcionar seu patrimônio para longe do “dinheiro” (como aplicações de renda fixa). Dalio defende a busca por ativos reais, que protegem o patrimônio contra a inflação.
Conjuntura diferente marca crise atual
Em sua palestra, Ray Dalio destacou três aspectos da crise atual que a tornam completamente diferente das anteriores.
O primeiro é a alta injeção de liquidez. Apenas o Federal Reserve injetou mais de US$ 2 trilhões (R$ 10 trilhões) para estimular a economia. O movimento foi seguido por vários bancos centrais ao redor do mundo.
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O segundo fator é o aumento da desigualdade de renda, intensificado durante a crise. Mesmo com medidas de auxílio, Dalio destacou que houve aumentos na desigualdade.
Por fim, a “nova Guerra Fria” entre EUA e China. O gigante asiático tem buscado desafiar a hegemonia norte-americana como maior economia do mundo. Tal cenário não acontecia desde a queda da União Soviética, em 1991.
“Quando uma conjuntura assim acontece, o que não acontecia há séculos, há implicações nos investimentos, mas também consequências ainda profundas para as economias e na ordem global”, disse Dalio.
Diversificação em ativos reais
Dessa forma, Dalio destacou que a impressão de dinheiro deve deixar o investidor alerta. Para ele, é hora de investir em ativos que o governo não pode criar do nada.
“É hora de investir em ativos reais que sirvam como reserva de valor, como ações de empresas sólidas e ouro”, pontuou Dalio.
O gestor também defendeu a diversificação geográfica e “diversificar o portfólio de investimento entre países e classes de ativos”.
“Em 1933, Roosevelt [Franklin Roosevelt, então presidente americano] imprimiu dinheiro para controlar a grande depressão e, naquele momento o mercado de ações subiu. Este tipo de decisão foi a mesma tomada em março deste ano”, diz ele, ao se referir à injeção trilionária de dinheiro na economia americana pelo banco central local, o Federal Reserve (Fed).
Porém, Dalio não citou o Bitcoin. O que não chega a surpreender, visto que ele afirmou em janeiro que o Bitcoin “fracassou como dinheiro“.
No entanto, o criptoativo foi muito bem-sucedido como investimento. Conforme relatou o CriptoFácil, o Bitcoin foi o melhor investimento do Brasil no primeiro semestre do ano. Mesmo em meio à pandemia, o Bitcoin teve alta de 73% no primeiro semestre.
A título de comparação, o dólar teve alta de 35,86%. Já o Ibovespa teve queda de 17,8%.
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