Mesmo com um ano turbulento, os criptoativos não foram totalmente excluídos dos holofotes. O site Cryptovest afirmou que um recente relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI) explorou o envolvimento dos bancos centrais com testes e desenvolvimentos com tecnologias por trás das criptomoedas.
O relatório, intitulado Casting Light on Central Bank Digital Currencies (Uma Luz sobre Moedas Digitais de Bancos Centrais) ressalta que a presença de meios alternativos de pagamento pode reduzir a importância do dinheiro. Alguns bancos centrais estão de olho em uma sociedade sem dinheiro no futuro e veem que um meio de pagamento totalmente digitalizado, com alto grau de segurança, é um caminho a seguir.
A tecnologia blockchain em si, que envolve uma transferência de ativos mais rápida e fácil, continua importante na visão do FIM. Em um mundo globalizado, unido pela tecnologia, as remessas internacionais ainda possuem diversos problemas, e tecnologias como DLTs e blockchain são vistas como uma resposta a esses problemas.
O relatório, citado pelo Washington Post, revela que o Banco do Povo da China (PBoC) é especialmente ativo na exploração dos vários aspectos das moedas digitais. Os bancos centrais da Suécia e da Noruega estão interessados em criar uma sociedade sem dinheiro, usando potencialmente a tecnologia blockchain. Uma reportagem separada de Amwal Al Ghad mostrou que o Banco Central do Egito também está interessado em emitir uma moeda digital.
Anteriormente, o Banco Central Europeu (BCE) explorou a tecnologia blockchain, mas concluiu que a abordagem é muito limitada para atender às necessidades reais do setor financeiro. As blockchains ainda buscam soluções para escalabilidade e capacidade de lidar com várias transações por segundo de maneira segura.
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O aumento do interesse em moedas digitais é visto em países onde os aplicativos de tecnologia financeira estão em expansão para criar pagamentos móveis rápidos e seguros.
O envolvimento dos bancos centrais é um sinal de adoção mainstream, mas também vai contra a percepção dos criptoativos como uma forma de liberdade do controle centralizado dos bancos. Os bancos centrais, que são “emprestadores de último recurso” aos bancos comerciais, estabeleceram um padrão para a política monetária, geralmente com o objetivo de encorajar ou esfriar a economia.
O próprio FMI, na figura de sua diretora-chefe Christine Lagarde, afirmou em março desse ano que as criptomoedas não devem ser ignoradas e que é preciso “expulsar os criminosos do mundo digital”. No entanto, o órgão não partilha do mesmo entusiasmo quanto às criptomoedas endossadas por governos. Em setembro, o FMI se manifestou contrário à ideia das Ilhas Marshall de criar a sua criptomoeda oficial, o Sovereign (SOV).