Uri Levine , co-criador do Waze, esteve no Brasil nesta semana para participar da Campus Party 2018, evento que recebeu mais de 120 mil pessoas durante cinco dias no Expo Center Norte, em São Paulo. Antes de sua palestra, na sexta-feira, 15 de fevereiro, Levine conversou com o Criptomoedas Fácil e expressou seu desprezo pelo Bitcoin.
Para o engenheiro israelense, o Bitcoin não tem qualquer valor por não resolver nenhum problema real. Segundo ele, a principal criptomoeda do mercado só tem função em permitir pagamento para diversos tipos de crimes.
“Eu penso o seguinte, quando nós começamos o Waze, primeiro começamos com os problemas e, desta forma, o engarrafamento das cidades era o problema que tentamos resolver. Agora quando você olha para criptomoedas e para o Bitcoin eu te pergunto: qual é exatamente o problema que está tentando resolver? Sendo sincero, eu não sei. Ninguém sabe”, destacou Levine.
Segundo ele, nesta ausência de sentido, as criptomoedas não estão criando qualquer tipo de valor e, portanto, não servem para nada. Para o fundador do Waze, nem mesmo a tecnologia blockchain que vem sendo definida como a espinha dorsal para aplicações em IoT, veículos autônomos e cidades inteligentes, também não resolverá qualquer problema.
“Elas [criptomoedas], como eu disse, não estão tentando solucionar nenhum problema. E se não está tentando solucionar nenhum problema, você não está criando valor algum. Eu não vejo futuro para nada que não crie valor. No caso da blockchain, a tecnologia por si só não significa absolutamente nada. A questão é: o que você faz com isso? O único uso hoje dela é sustentar o Bitcoin que é a moeda do crime. Sendo assim, eu, particularmente, não quero dar suporte a isso”, finalizou.
Enquanto Levine é um cético em relação ao Bitcoin e à blockchain, por outro lado, o governo de Israel estuda, desde o ano passado, uma forma de regulamentar o mercado de criptoativos, embora o Banco Central Israelense tenha declarado que não reconhecerá as criptomoedas como uma “moeda” e, nem mesmo, como uma moeda estrangeira, pois “não se ajusta à definição legal” nem “preenche as principais funções de moeda”, revelou Nadine Baudot-Trajtenberg, vice-presidente do banco.
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