O ex-CEO da BitMEX, Alexander Hoeptner, abriu um processo contra a plataforma de derivativos de criptomoeda. De acordo com uma cópia do processo judicial, Hoeptner pede US$ 3,4 milhões por quebra de contrato e rescisão indevida, ou cerca de R$ 18 milhões.
De acordo com Hoeptner, do valor total do processo, US$ 2,4 milhões correspondem ao bônus do segundo ano. Já o US$ 1 milhão restante é dividido entre quantias menores para salários restantes, despesas de realocação e moradia.
“Inesperado e injusto”
Hoeptner ingressou na bolsa registrada em Seychelles em janeiro de 2021 em um momento de grande turbulência na BitMEX. Na ocasião, a empresa perdeu os principais executivos da HDR Global Trading Limited, proprietária e operadora da BitMEX.
Todos eles, incluindo o ex-CEO e fundador da exchange Arthur Hayes, estavam envolvidos em um processo que acusava os fundadores de facilitar negociações não registradas. Hayes deixou o cargo de CEO e, em seguida, Hoeptner assumiu o seu lugar.
No entanto, Hoeptner demorou pouco mais de um ano na empresa e deixou a empresa em outubro de 2022. Só que a demissão ocorreu sem maiores detalhes sobre os motivos.
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Hoeptner agora afirma que recebeu uma carta de rescisão citando uso indevido de fundos e falha no desempenho de funções, entre outras coisas. Mas o ex-CEO nega totalmente as acusações imputadas a ele pela BitMEX.
“Tal rescisão é totalmente injusta e sem fundamento”, disse o processo judicial. “Sob a direção dos fundadores e do conselho, coloquei minha vida pessoal e familiar em espera para estar no local gerenciando as operações em Cingapura e Hong Kong”, disse Hoeptner.
Hoeptner se mudou várias vezes durante seu tempo como CEO da BitMEX, mostram os documentos. Ao longo de mais de um ano, o ex-CEO dividiu seu tempo entre Hong Kong, Alemanha e Cingapura.
“Não houve objeções e/ou preocupações levantadas quanto à realocação do Requerente e/ou os custos incorridos pelo Grupo HDR em relação ao mesmo”, diz o documento.
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Fim de bônus e demissão
Mas em algum momento entre julho e agosto de 2022, Hoeptner recebeu um aviso de que havia a possibilidade de não receber seu bônus de segundo ano.
De acordo com a mensagem, a BitMEX citou um “extenso programa de corte de custos e reestruturação que envolveu várias demissões”, como justificativa. Naquele momento, as despesas totalizaram US$ 230 mil, de acordo com o processo.
Algumas semanas depois, ele recebeu uma carta de demissão.
“Fizemos um tremendo progresso – alcançando todos os marcos que definimos – o que tornou minha rescisão injusta ainda mais difícil de entender”, disse o ex-CEO.
Um porta-voz da BitMEX disse à CoinDesk que a bolsa não pode fazer comentários substantivos neste estágio, já que o assunto está pendente no Tribunal de Cingapura. Mas a bolsa afirmou que responderá às reivindicações de Hoeptner.
“Desnecessário dizer que defenderemos a reivindicação vigorosamente”, disse o porta-voz.
A BitMEX recentemente cortou sua força de trabalho em 30% enquanto tenta voltar ao seu foco inicial na negociação de derivativos.
No início deste ano, o ex-CEO da BitMEX, Arthur Hayes, foi condenado a dois anos de liberdade condicional após se declarar culpado de acusações de falha intencional em implementar um programa de combate a lavagem de dinheiro (AML) na bolsa.