Com a perpsectiva da chegada do hard fork Shangai, a rede Ethereum superou a marca 500.000 validadores, conforme dados do rastreador BeaconScan. Precisamente, a rede chegou aos 502.218 validadores na última segunda-feira (16).
Somente nos primeiros dias de 2023, a rede incorporou quase 7.000 validadores, um aumento de 1,4% no ano. Com isso, o Ethereum fica cada vez mais seguro contra-ataques e sua descentralização nesse sentido tende a aumentar.
Parte desse crescimento ocorreu devido à proximidade da atualização Shangai, cujos testes devem ocorrer em fevereiro. A atualização permitirá que os validadores possa sacar seus ETH deixados em staking, algo que ainda não é permitido.
O papel dos validadores
Um “validador” é um usuário dentro de uma rede de Prova de Participação (PoS) que ajuda a validar transações e blocos na blockchain. Assim como os mineradores em uma rede de Prova de Trabalho (PoW), os validadores também criam os blocos e mantêm a rede em operação.
Enquanto no PoW os mineradores gastam poder computacional, no PoS eles precisam deixar criptomoedas presas em staking. No caso do Ethereum, os validadores precisam desembolsar 32 Ether (ETH), ou cerca de R$ 250 mil em valores atuais.
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Os validadores começaram a entrar no Ethereum em dezembro de 2020, com o lançamento da rede Beacon. Esta rede permitia deixar ETH em staking e rentabilizá-los enquanto os desenvolvedores implementavam o PoS na rede.
No entanto, esses validadores não podiam retirar seus ETH por motivos de segurança. Esta restrição persiste até hoje, mas deve acabar com a chegada da atualização Shangai.
Em setembro de 2022, os desenvolvedores implementaram a atualização The Merge. Desde então, eles prometeram priorizar a habilitação de saques, algo que deve acontecer esse ano. Conforme noticiou o CriptoFácil, a atualização passará por testes em fevereiro e deve ocorrer por completo em março.
Staking na Lido
Teoricamente, deixar ETH em staking de alguém permite que se obtenha efetivamente um rendimento de suas participações sem nenhum custo. Só que por causa do bloqueio, o investidor tem um custo de oportunidade por não poder vender seus ETH.
Além disso, o crescimento no número de validadores tende a afetar o rendimento do staking, já que mais validadores reduzem as taxas de juros. E isso de fato tem acontecido, com quedas recentes nos rendimentos pagos pelo staking.
Atualmente, a plataforma Lido Finance é o maior pool de staking de ETH no mercado. Na Lido, os usuários deixam seus ETH e recebem um token, o Staked Ether (stETH) como garantia. Os tokens possuem lastro em ETH, o que significa que os usuários podem negociá-los como se fossem a criptomoeda.
Na semana passada, a ConsenSys anunciou que a MetaMask fez parceria com a Lido e a Rocketpool para permitir que os usuários participem de cada serviço e recebam stETH e rETH diretamente no aplicativo de carteira.
Exchanges como Binance, Coinbase e Kraken também oferecem serviços de staking e fornecem seus próprios tokens equivalentes a ETH em troca de clientes (ex. BETH on Binance). As exchanges cobram taxas maiores, mas permitem que o usuário possa deixar poucos ETH em staking.
Alguns temem que as partes interessadas centralizadas possam obter muito controle sobre o consenso da Ethereum ao longo do tempo e possam conspirar para comprometer a integridade da rede. É o caso das exchanges, que poderiam assumir um grande poder sobre a rede dessa forma.