O mês de maio é bastante conhecido no mercado financeiro tradicional. Neste período, o desempenho das ações costuma deixar os investidores preocupados.
A tensão é tamanha que existe até um famoso ditado: “Sell in May and Go Away.” Em tradução livre, significa algo como “venda em maio e caia fora.”
Por meio deste ditado, já é fácil notar que o mês de maio não costuma ser bom. Mas qual a razão disso? E existe algum fundamento nesta “lenda”?
Origem no calendário europeu
O ditado surgiu na Inglaterra, aparentemente no século XVII. Porém, apenas metade da sentença ganhou fama. A frase completa é a seguinte: “Sell in May and go away, and come back on Saint Leger Day.”
A tradução seria algo como “venda em maio e vá embora, volte no Dia de Saint Leger.” E ela tem a ver tanto com o clima europeu quanto com uma corrida de cavalos.
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As vendas em maio estão relacionadas com o início do verão europeu. As pessoas aproveitavam para viajar, saindo da grande Londres e passando as férias no interior. Com isso, o mercado (incluindo a bolsa) ficava menos movimentado.
Já o Saint Ledger era o nome de uma famosa corrida de cavalos que ocorria na cidade de Doncaster, Inglaterra. Esta corrida gerava grande movimento na região, o que diminuía o mercado financeiro na capital.
Este período geralmente ia de maio até novembro. A lenda é que a bolsa arrefecia e apresentava valorizações menores – ou até perdas – neste período. Por isso, a melhor estratégia era a venda.
A lenda faz sentido?
Como várias lendas, ela possui um fundo de verdade. De fato, o verão e as férias costumam apresentar volumes de negociação menores nas bolsas. Esse fenômeno é bastante comum no Hemisfério Norte.
Uma análise publicada na revista Barron’s em 2020 avalia o desempenho do S&P 500 nos períodos entre novembro e abril e maio e outubro. No primeiro período, a valorização mensal do índice é de 5%.
Já entre maio e outubro, a média é bem menor: apenas 2%. Ou seja, o fenômeno parece não se restringir ao mercado europeu.
Embora não esteja no Hemisfério Norte, o fenômeno é ainda mais forte no Brasil. Até 2020, maio tinha a fama de ser o pior mês da bolsa. Num período de 15 anos (entre 2005 e 2019), o Ibovespa teve retornos negativos para maio em dez anos.
Contudo, maio de 2020 viu uma valorização de 8,75% no índice. Isso ocorreu mesmo com a forte crise financeira decorrente da pandemia de Covid-19.
E com as criptomoedas?
Se o mês de maio é temido no mercado de ações, com as criptomoedas ele é mais brando. De fato, maio costuma até dar ótimos retornos positivos.
No caso do Bitcoin, maio foi o mês mais positivo em dois anos: 2014 e 2019, com rentabilidades de 39,46% e 52,38%, respectivamente. Em 2017, ano de máxima história, maio foi o segundo melhor mês, com valorização de 52,71%.
No caso do Ethereum (ETH), o histórico é menor, com dados a partir de 2016. De qualquer forma, os dados são igualmente positivos. Maio foi o mês mais rentável para a ETH em 2017 (161,43%) e 2019 (56,65%).
Ou seja, para quem tem Bitcoin e ETH, o velho ditado do mercado financeiro não se aplica. Especialmente este mês, que mal começou e já traz fortes valorizações.
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