Uma empresa sediada em Curitiba está sendo acusada por ex-clientes de cometer fraude de pirâmide financeira com a promessa de investimentos em criptomoedas. As vítimas afirmam que a empresa, sem autorização, sequestrou quantias em Bitcoin e Dash e converteu em uma criptomoeda sem valor.
Agora, um grupo de 20 pessoas cobra um prejuízo estimado em R$ 4 milhões em uma ação coletiva ajuizada em Apucarana, no norte do Paraná. O total de pessoas lesadas, no entanto, passa de 100.
Promessa era pagar rendimentos com trade de criptomoedas
Conforme reportou o portal TNOnline nesta quarta-feira (5), o advogado responsável pelo caso, Fernando Barbosa, disse que as vítimas foram atraídas pelo dono da empresa que, segundo ele, tem antecedentes de fraude financeira.
O dono do negócio teria convencido os clientes a comprarem Bitcoin e Dash e enviarem para sua empresa. Assim, ele prometia fazer trade com as criptomoedas e pagar rendimentos fixos aos investidores.
“Ao conhecerem o negócio acreditaram que estavam investindo em uma empresa sólida, de confiança. As vítimas começaram a investir com valores pequenos e tiveram investimentos pagos”, contou Barbosa.
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Após conquistar a confiança das vítimas, o dono da empresa teria sequestrado as criptomoedas. Em seguida, ele supostamente trocou os BTC e DASH por uma outra moeda digital sem valor chamada Blindexcoin.
Pouco tempo depois, ainda em 2020 passado, a empresa parou de pagar os rendimentos prometidos. As alegações eram de que a criptomoeda nova perdeu valor e estava com baixa procura no mercado.
Mas segundo o advogado, os valores aportados que ficaram sob custódia da empresa não foram devolvidos e os rendimentos não foram mais pagos.
“O risco do negócio é inerente. A partir do momento que o réu sequestra uma moeda forte no mercado e entrega uma moeda que não tem valor nenhum, ele faz uma quebra de contrato. Isso foi feito de forma unilateral porque as vítimas não foram avisadas e tiveram prejuízo”, disse Barbosa.
Dono da empresa é envolvido em outras fraudes
Uma das vítimas ouvidas pelo portal, que preferiu não ter seu nome divulgado, contou que vendeu carros e a empresa. Além disso, convenceu amigos e familiares a entrarem no negócio que parecia lucrativo.
Mas quando a empresa parou de pagar os rendimentos, ele decidiu investigar por conta própria. Foi então que descobriu que o dono já foi vinculado a outras fraudes financeiras:
“No nosso caso, o responsável que estamos processando é de Curitiba. Mas até então os operadores não eram do Brasil. Agora, estamos reunindo provas de que fomos vítimas de uma grande fraude por pirâmide financeira”, pontua.
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