Durante a semana de forte alta, não foi apenas o preço do Bitcoin que disparou. De acordo com dados do pool de mineração BTC.com, a dificuldade de mineração do Bitcoin atingiu seu maior valor em quase oito meses.
A dificuldade de mineração do Bitcoin atingiu um novo recorde e ficou em cerca de 7,93 trilhões. O número é 7% maior em relação ao recorde do período anterior, de 7,45 trilhões, que foi estabelecido durante o recente ciclo de ajuste de duas semanas. Com isso, a dificuldade de mineração apresentou seu maior nível desde outubro de 2018.
Como consequência, a quantidade de cálculos executados pelas máquinas também aumentou. Os dados do BTC.com apontam que as máquinas realizaram uma média de 56,77 quintilhões de hashes por segundo (EH/s) nos últimos 14 dias para competir pela recompensa de mineração na rede do Bitcoin – que atualmente é de 12,5 Bitcoins por bloco minerado.
Já a taxa média de mineração nos últimos períodos de 24 horas e três dias foi de 59,58 EH/s e 59,70 EH/s, respectivamente.
Rede cada vez mais resiliente
Um aumento na dificuldade de mineração significa mais mineradores operando no mercado. E os mineradores são uma parte essencial de toda a segurança da blockchain, que também cresce a cada dia.
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Dados do site Blockchain.com mostram que o agregado do poder de computação (hashrate) do Bitcoin estava em torno de 66 EH/s em 22 de junho, superando a alta recorde do ano passado (61,86 EH/s) rastreado pelo site. O valor é mais que o dobro registrado em dezembro de 2018, quando o hashrate despencou para 31 EH/s em meio à queda de preço do Bitcoin.
Supondo que todo esse poder adicional de computação tenha vindo de equipamentos mais amplamente utilizados, como o AntMiner S9 (Bitmain), que realiza cálculos a uma taxa média de 14 terahashes por segundo (TH/s), isso sugere que mais de 2 milhões de unidades de equipamentos de mineração foram ativadas nos últimos meses. (1 EH/s é igual a 1 milhão de TH/s).
Dificuldade maior, segurança maior
O mecanismo de ajuste da dificuldade do Bitcoin é projetado para recalibrar a dificuldade de mineração a cada 2.016 blocos (aproximadamente 14 dias), com base na quantidade de poder de computação implantado na rede durante os 14 dias anteriores.
Esse ajuste é feito para garantir que o intervalo de produção do bloco no próximo período permanecerá constante, levando cerca de 10 minutos em média. Quando há menos máquinas ativas para resolver problemas de matemática e buscar receber o próximo pagamento de bitcoins recém-criados, a dificuldade é ajustada para baixo, incentivando a entrada de mais mineradores. Quando há mais computadores ativos, a dificuldade é ajustada para cima, dificultando o processo.
Caso o preço do Bitcoin mantenha sua trajetória de alta, pode atrair mais mineradores a entrar no mercado. Isso pode ajudar empresas como a Bitmain, que divulgou uma queda de 88% em seu poder de processamento apenas no mês passado.
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