O dia 2 de novembro é a data na qual se celebra o Dia de Finados, uma homenagem aos entes queridos que já nos deixaram. E nesse sentido, não podia faltar uma homenagem ao ente mais querido da criptoesfera: o Bitcoin (BTC).
Afinal, o BTC, embora ainda não tenha nos deixado, é um dos investimentos que mais teve sua “morte” decretada em toda a história. Mesmo assim, a criptomoeda segue firme e continua trazendo riqueza e liberdade para milhões de pessoas.
Só que os críticos do BTC aparentemente estão mais comedidos em 2022 e evitando falar sobre a “morte da criptomoeda. De acordo com o site 99 bitcoins, que reúne “obituários” do BTC, 2022 registrou 24 “mortes” da criptomoeda até o momento, o segundo menor número desde o ano de 2014.
Com esse resultado, o ano de 2022 só fica atrás de 2020, que registrou apenas 14 “mortes”. Mas aquele ano foi atípico, dado que o BTC vinha numa longa tendência de recuperação. Por outro lado, este ano é de correção e quedas, os quais geralmente abrem espaço para os profetas do Apocalipse decretarem o fim do BTC.
Número de “mortes” do Bitcoin por ano desde 2014. Fonte: 99 bitcoins.
Confira nossas sugestões de Pre-Sales para investir agora
Essas mortes do BTC geralmente são notícias alarmistas ou em tom de catástrofe, que classificam a criptomoeda como esquema de pirâmide ou que falar de fortes correções. No entanto, o BTC sempre se mostrou resistente e tornou todas essas manchetes obsoletas conforme o tempo passou – e o preço voltou a se valorizar.
Agora confira quais foram as principais “certidões de óbito” que a mídia deu sobre o BTC até agora em 2022.
“Um esquema de pirâmide descentralizado”
Jamie Dimon, CEO do banco JPMorgan, é um velho conhecido do mercado por causa de suas críticas ao BTC em 2017. Naquele ano, o CEO afirmou que o BTC era uma “fraude” e que não permitia que os funcionários do banco negociassem a criptomoeda.
Contudo, o preço do BTC rompeu a máxima histórica poucos meses depois, fazendo Dimon se arrepender da sua declaração em janeiro de 2018. Mas o CEO voltou a criticar o mercado em setembro de 2022, quando disse a seguinte frase:
“Sou um grande cético em tokens de criptomoedas, que você chama de criptomoeda, como Bitcoin. Eles são esquemas Ponzi descentralizados”.
“Morto como previsto”
Em 2021, o BTC voltou a romper sua máxima e atingiu quase US$ 70 mil dólares, mas viu seu preço cair ao longo dos meses seguintes. O ápice dessa queda ocorreu em maio, quando o ecossistema Terra (LUNC) entrou em colapso e levou parte do valor do BTC junto com ele.
Na ocasião, a Luna Foundation Guard (LFG) possuía grandes reservas de BTC, mas teve que vendê-las para tentar salvar seus tokens. As vendas derrubaram o preço do BTC, que logo caiu abaixo de US$ 20 mil e levou a casa de análise Seeking Alpha a decretar que:
“Quando a poeira baixou sobre o sonho de Kwon (fundador da Terra), pelo menos ele teve a visão de entender que o projeto havia perdido a confiança dos investidores e uma chance de adoção em massa. Agora podemos dizer o mesmo sobre muitos outros projetos de criptomoedas e acredito que o Bitcoin não é diferente”.
Na ocasião, a Seeking Alpha publicou isso em um texto intitulado Bitcoin is Dead as Predicted, ou O Bitcoin está Morto como Previsto, em tradução livre. Não precisamos dizer que o texto se enganou profundamente.
E lá vai o Schiff de novo!
Claro que uma lista sobre a morte do BTC não estaria completa sem algo de Peter Schiff, um dos mais ardorosos críticos da criptomoeda. Só que ao contrário de Dimon e do Seeking Alpha, a “morte” decretada por Schiff não diz respeito ao presente ou ao passado do BTC, mas sim ao seu futuro.
Conforme o preço do BTC entrava em correção após o colapso da Terra em maio, a criptomoeda iniciou junho com perdas de quase 70%. No dia 18 daquele mês, Schiff resolveu aproveitar o momento para escrever um tuíte onde misturava análise e uma previsão para a criptomoeda:
“Os #HOLDers de Bitcoin de longo prazo não estão preocupados, pois já passaram por quedas de 73% antes. Mas as desvalorizações anteriores não chegaram nem perto do valor total de mercado perdido durante esse movimento, nem envolveram alavancagem maciça. Este crash está apenas começando. Bitcoin não vai se recuperar”.
Provavelmente, Schiff usou “recuperação” no sentido de dizer que o BTC jamais voltaria para a sua máxima histórica novamente. Será que ele está certo e o BTC chegou ao fundo do poço do qual não mais sairá?
É impossível afirmar com certeza que o BTC morreu ou que ele vai chegar aos US$ 100 mil. Mas uma coisa é certeza: a criptomoeda favorita dos investidores já possui 464 “certidões de óbito” desde 2010 e, até agora, nenhuma delas enterrou de fato o BTC. Que venha o próximo Dia de Finados.