Luke Dashjr, conhecido como Luke-Jr, não é apenas um dos desenvolvedores do Bitcoin Core, mas um de seus colaboradores mais intenso, com mais de 200 contribuições para o software do BTC, com qual colabora regularmente desde 2011. Entre as contribuições de Dashjr, está parte do desenvolvimento do SegWit, uma proposta que, entre outras melhorias, aumenta a capacidade de transação do Bitcoin, além dos BIPS22 e 23.
O desenvolvedor, que no ano passado teve sua casa atingida pelo furacão Irma, esteve presente na Labitconf (05 a 08 de dezembro) no Chile, para debater como o futuro do Bitcoin está sendo construído e quais são as perspectivas de implementações e atualizações da principal criptomoeda do mercado. Recentemente, o Criptomoedas Fácil mostrou que uma nova versão do software do Bitcoin Core 0.17.0 já está disponível para download e inclui uma série de melhorias de desempenho, correções de bugs, bem como outras mudanças.
Durante sua apresentação, Dashjr explicou como as mudanças são implementadas no Bitcoin e como é o processo para validar estas alterações, revisar as implementações e garantir o consenso para que elas possam ser implementadas no código. Na sequência, o dev destacou os caminhos que acredita que podem pautar os desenvolvimentos futuros do Bitcoin, visando melhorar aspectos como escalabilidade, centralização e privacidade.
De acordo com o engenheiro de computação, o roadmap do Bitcoin passa pelo aperfeiçoamento de algumas implementações que já estão disponíveis, como o SegWit, a Lightning Network (LN), Sidechains e também por outras “promessas” como o Simplicity, da Blockstream, que pretende trazer contratos inteligentes mais robustos para a blockchain do Bitcoin e que, segundo a empresa, é impossível com os desenvolvimentos atuais, sejam eles no próprio código do BTC ou em soluções como RSK ou Counterparty.
Para Dashjr, o Segwit v1 precisa de uma revisão de seu script de linguagem e a LN necessita avançar em seu objetivo de viabilizar transações instantâneas diminuindo o tamanho e o fluxo de transações na blockchain principal (on-chain). Também estão no roadmap, soluções para reduzir os tamanhos das transações e seu tempo de verificação, bem como as propostas de aumentar a privacidade no Bitcoin (possivelmente como a ZCash faz com zk-SNARKS).
A atividade de mineração também está no roadmap do Bitcoin Core, tendo vem vista uma possível centralização deste processo. Neste caso, o desenvolver revelou que vem estudando aplicações com Sidechains descentralizadas para ajudar a mitigar este problema, caso ele venha a ocorrer. O tema da mineração é muito familiar para Dashjr, pois em 2014 ele lançou o BFG Miner que tornou-se uma das implementações mais utilizadas do software de mineração Bitcoin, por suportar uma ampla gama de hardware de mineração e ter compatibilidade com Mac, Windows e Linux. Dashjr também fundou a Eligius, um dos primeiros pools de mineração de BTC.
Outra aposta que ele tem dedicado atenção é em relação ao recém lançado Simplicity, uma proposta ousada que pretende implementar contratos inteligentes mais seguros e com mais flexibilidade. No entanto, tal qual a LN, a “nova linguagem para blockchain” (como vem sendo chamada pela Blockstream) é desenvolvida por uma empresa fundada pelo criptógrafo Dr. Adam Back e não pela equipe do Bitcoin Core.
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