A promessa do suposto day trader era multiplicar os investimentos dos clientes com negociações no mercado de forex. Porém, na prática, tudo não passou de um grande golpe que deixou um prejuízo estimado em quase R$ 30 milhões.
O líder do esquema era Gurvin Singh Dyal, um estudante de biomedicina de 20 anos que se vendia nas redes sociais como um investidor de sucesso. Ele ostentava carros de luxo, roupas de gripe e viagens caras.
Contudo, como acontece também no Brasil, tudo fazia parte de sua estratégia para atrair novas vítimas para o seu “negócio”.
Golpista vendia cursos com “segredos do sucesso”
De acordo com uma reportagem da BBC, Dyal criou uma empresa chamada GS3 Trades. Por meio dela, o day trader supostamente investia na compra e venda de moedas para obter lucro nas variações.
Ele prometia que tudo poderia ser feito no tempo livre dos clientes, bastava que eles comprassem um curso de negociação. Então, teriam acesso aos “segredos do sucesso”.
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Uma das vítimas de Dyal foi Jonathan, que começou a investir na GS3 em 2019. Ao ser adicionado em um grupo do WhatsApp criado por Dyal, ele foi informado que a empresa era regulamentada pela Autoridade de Conduta Financeira (FCA, na sigla em inglês), órgão regulador do Reino Unido.
Ciente dos riscos, mas confiante de que o negócio era legítimo, Jonathan fez um investimento inicial de £ 1.000. Quando viu o patrimônio aumentar, ele aportou mais dinheiro, chegando a £ 17.000 investidos em semanas.
Em determinado momento, o investimento atingiu um pico de quase £ 30.000, cerca de R$ 225 mil na cotação atual. Entretanto, após uma queda acentuada, o patrimônio foi reduzido a £ 48 — ou seja, pouco mais de R$ 360.
O problema, segundo Jonathan, é que ele tinha sido advertido de que não poderia sacar o dinheiro sob punição de ser expulso do sistema.
Jonathan foi um dos que perdeu dinheiro com o esquema de Dyal que, no fim, não era regulado pela FCA. Ele também não tinha licença para negociar no mercado forex. Ao todo, ele perdeu mais de £ 3,8 milhões de pessoas como Jonathan.
Outros envolvidos
Além de Dyal, faziam parte do esquema Tristan Jones e Mirko Notturno, bem como uma corretora chamada Infinox.
Joanna Bailey, uma advogada especializada em fraudes cambiais, disse que a empresa tem mais de 3.000 casos relacionados a supostas fraudes cambiais. De acordo com a advogada, as perdas individuais variaram de £ 10.000 a £ 4.000.000.
Na hierarquia do golpe, Dyal atuava como “garoto-propaganda”. Ele promovia um estilo de vida em seu Instagram e fazia apresentações a investidores em potencial. Na prática, vendia uma fantasia sobre o que a negociação de forex poderia oferecer.
Agora, Dyal mudou de ramo e criou uma nova conta no Instagram que tem mais de 250 mil seguidores.
Mas o conteúdo das fotos publicadas é parecido ao anterior: viagens, mensagens motivacionais e vida luxuosa. A diferença é que, dessa vez, não há menções ao forex.
Em vez disso, seu novo negócio é com “dropshipping”, um modelo de negócio com venda de mercadorias online. Novamente, ele vende cursos sobre a chave do sucesso com esse setor.
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