Em um depoimento perante o Comitê de Serviços Financeiros da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, Yaya Fanusie, diretor de análise da Fundação para a Defesa das Democracias, explicou como os terroristas tentaram angariar fundos através de criptomoedas e descobriu que os casos de financiamento através deste método são extremamente raros. Em vez disso, grupos terroristas preferem utilizar o bom e velho dinheiro vivo. A informação foi obtida através de um relatório emitido pelo Comitê.
“A boa notícia é que a maioria dos terroristas, particularmente aqueles que operam em campos de batalha jihadistas, habitam ambientes que atualmente não são propícios ao uso de criptomoedas”, Fanusie esclareceu na última semana para o ansioso Subcomitê do Congresso sobre Terrorismo e Finança Ilícita dos EUA, de acordo com a agiencia de notícias Bitcoin.com.
“Eles geralmente precisam comprar mercadorias com dinheiro vivo (que é o método de financiamento mais anônimo que existe), geralmente em áreas com infraestrutura de tecnologia que não é confiável. Além disso, as criptomoedas são baseadas em tecnologias distribuídas (blockchain), onde as transações sob pseudônimo dos usuários são registradas para visualização pública. Isso deixa um rastro que muitos usuários podem achar difícil ofuscar. No entanto, à medida que o uso da moeda digital cresce, essas barreiras podem desaparecer.”
A relevância das criptomoedas para as atividades terroristas é tão pequena que ela sequer é citada no relatório escrito por uma das testemunhas. Uma outra agência norte-americana afirmou recentemente que a atividade ilícita com criptomoedas diminuiu 80% desde 2013.
Esta não é a primeira vez que Fanusie discorda do Congresso sobre sua suposição de que o dinheiro digital descentralizado é uma força para o mal. Ele trabalhou por quase uma década na agência de inteligência norte-americana (CIA, na sigla em inglês) como analista contra-terrorismo. Ele rotineiramente tinha os ouvidos dos militares do país, da política da Casa Branca e da aplicação da lei. Ele até mesmo informou pessoalmente o então presidente George W. Bush sobre o espectro de ameaças, ainda em 2008.
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“Dinheiro vivo ainda reina nesse ambiente”, continuou Fanusie, “mas grupos jihadistas estão construindo carteiras diversas. Atores ilícitos adotam novas tecnologias mais cedo do que o público em geral. Quando os cheques em papel, os cartões de crédito e o Paypal surgiam, os criminosos os exploravam desde o início. Existem estudos de caso suficientes de grupos jihadistas experimentando criptomoedas para sugerir que a polícia e a comunidade de inteligência devem se preparar para os terroristas para tentar explorar tokens digitais à medida que a tecnologia se espalha.”
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