Apesar das recentes altas na taxa Selic, os fundos imobiliários (FIIs) ainda estão entre os principais investimentos do país. O mercado de FIIs tem entregado retornos de até 34% ao ano, já incluindo a distribuição de dividendos.
Um levantamento do Valor Investe reuniu 211 FIIs do mercado e aponta quais foram os 20 mais rentáveis de 2021. Os dados levam em conta o fechamento do mercado na última sexta-feira (21).
Volatilidade abre oportunidade de ganhos
Se muitos reclamam da alta volatilidade no mercado de criptomoedas, os FIIs não foram diferentes. Tidos como investimentos conservadores, os FIIs também sofreram com a volatilidade.
Um exemplo foi a amplitude entre rentabilidade e prejuízo. Individualmente, o FII mais rentável do ano acumula valorização de 34% desde 1 de janeiro. Já o FII com pior desempenho acumula queda de 50% no mesmo período.
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Também é levado em conta o desempenho entre os 20% melhores FIIs contra os 20% piores. No primeiro grupo, o desempenho foi a partir de 5%, enquanto que no segundo, houve uma desvalorização a partir de 10%.
Já a rentabilidade média dos FIIs ficou negativa em 3%. Os índices também apresentam variação negativa no ano. O IFIX, principal índice de FIIs da bolsa, acumula perdas de 0,29%.
No total, 85 dos 211 FIIs analisados operam no campo positivo, enquanto 136 estão com rentabilidade negativa. Em relação ao CDI, 72 FIIs apresentam rendimentos acima do índice e 149 estão no prejuízo.
Setor enfrenta desafios em 2021
Para Carlos Heitor Campani, autor do estudo, os resultados refletem o momento do mercado de FIIs. A pandemia de Covid-19 atingiu o setor em cheio, com muitos inquilinos prorrogando os pagamentos de aluguéis.
A situação afetou o rendimento dos fundos, o que por sua vez impactou no preço das cotas. FIIs de setores que foram diretamente afetados, como varejo e lajes corporativas, foram bastante prejudicados.
“A conclusão à qual podemos chegar é que este setor vem sofrendo em 2021 e sua recuperação poderá ser mais lenta do que a recuperação de outros setores da economia”, destacou Campani.
Por outro lado, a pressão nos rendimentos e a queda no preço das cotas pode abrir oportunidades de compra. Para a XP, o setor de shoppings centers é um dos que pode se beneficiar com a retomada econômica.
“Acreditamos que alguns fundos imobiliários do segmento passaram a negociar com desconto atrativo ao seu valor patrimonial, que podem gerar ganhos de capital no longo prazo para o investidor. Temos preferência por fundos de shoppings centers com portfólio sólido que contém empreendimentos de qualidade e dominantes em suas regiões”, destacou a empresa.
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