Recentemente, o braço de pesquisa da CoinDesk – CoinDesk Research – liberou o relatório State of Blockchain. Esse é um dos mais completos relatórios a respeito do mercado de criptoativos em todo o mundo. Essa recente versão é referente ao o 3º quadrimestre do ano.
Além de notícias e informações financeiras, o relatório apresenta dados técnicos sobre a rede tanto do Bitcoin quanto de outros criptoativos. Nessa edição, o relatório destacou cinco ativos: Bitcoin (BTC), Ether (ETH), Ripple (XRP), Bitcoin Cash (BCH) e EOS (EOS). Nesse texto, focaremos no Bitcoin.
Mercado
O relatório apresenta o percentual de queda dos principais criptoativos do mercado. Enquanto BCH, EOS e ETH apresentaram quedas expressivas (28%, 29% e 49%, respectivamente), o BTC e o XRP seguiram o caminho oposto (altas de 3% e 22%, respectivamente) durante o período avaliado pelo relatório.
Já o valor do mercado (marketcap) dos criptoativos como um todo apresentou uma queda generalizada, apesar de pequenas altas ocorridas em fevereiro, abril e julho. O valor máximo foi detectado em fevereiro (US$442 bilhões), enquanto setembro registrou o menor valor de mercado (US$215 bilhões).
Transações e taxas
O mercado em baixa proporcionou a queda nas taxas de transação. As taxas médias de transação do BTC, BCH, ETH e XRP caíram para menos de um dólar. A maior queda foi registrada no BTC: 29%.
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Por falar no Bitcoin, a queda no volume de transações também se fez presente. De US$3,2 bilhões em julho, o volume caiu para US$2,9 bilhões em setembro. Uma queda de quase 11%.
Hashrate e endereços ativos
Já o poder de computação da rede (hashrate) e a quantidade de endereços ativos no Bitcoin cresceram. Esses indicadores são extremamente importantes: o hashrate determina a segurança e robustez da rede, enquanto os endereços ativos dão uma indicação de quantas pessoas estão utilizando o Bitcoin.
Até setembro, a rede do Bitcoin contava com 532 mil endereços ativos – um crescimento de 10% em relação ao mês de julho.
Já o hashrate da rede cresceu ainda mais. De 37 milhões de terahashes por segundo (TH/s), a rede saltou 56,2% em poder de computação, para 58 milhões de TH/s.
Audiência e desenvolvimento
A CoinDesk também buscou mais detalhes a respeito de quais criptoativos estão com maior audiência nas redes sociais. Além disso, a empresa também avaliou o desenvolvimento de cada projeto. Para isso, foram coletados dados de redes como Reddit, Twitter e do repositório de códigos GitHub.
Em termos de quantidade de posts, o BTC e o BCH dividiram as atenções durante o período, ficando praticamente empatados (38% e 37%, respectivamente).
No entanto, o tópico do BTC no Reddit conta com mais usuários ativos (44%), contra menos da metade no BCH (21%). No total de usuários inscritos, o BTC domina com vantagem ainda mais ampla (52%).
Já em seguidores no Twitter, o BTC perde feio a liderança, que é dividida entre BCH e XRP (36% cada). Isso talvez se explique pelo trabalho de Roger Ver, principal patrocinador do BCH, em divulgar sua moeda na rede.
O Bitcoin retoma a liderança no GitHub com a maior quantidade de contribuidores (36%), algo que mostra a força da equipe de desenvolvimento por trás do criptoativo.
Investimentos
Os investimentos foram mais um destaque presente no relatório. Aqui, eles foram divididos em dois tipos: as famosas Ofertas Iniciais de Moedas (ICOs) e os investimentos em Venture Capital.
ICOs
Tanto a quantidade de ICOs quanto o volume de dinheiro arrecadado nelas caíram nesse ano. A maior queda, em termos de valor, foi registrada entre o Q2 e o Q3 desse ano. Já em termos de quantidade de projetos, a maior queda se deu entre o Q1 e o Q2.
Abaixo, seguem os 5 projetos que levantaram a maior quantidade de capital através de ICOs. Nenhum deles superou a barreira de US$ 150 milhões.
Venture Capital
Os investimentos de Venture Capital em blockchain também caíram, depois de terem atingido mais de meio trilhão de dólares em março.
Abaixo seguem as empresas que receberam os maiores investimentos em Venture Capital.
Regulamentação
A CoinDesk também elaborou um mapa a respeito da situação regulatória dos criptoativos em todo o mundo. Pelo gráfico, podemos ver que a maioria dos países permitem o uso de criptoativos, mesmo aqueles que não possuem uma regulamentação formal. Já no Sudeste Asiático é onde estão a maioria dos países que restringem o uso de criptoativos de alguma forma. Poucos países tornaram ilegal o uso.
Questionário
Como aconteceu nas edições anteriores do relatório, a CoinDesk também criou uma pesquisa entre os usuários e coletou diversas opiniões sobre o mercado. A primeira delas é de certa forma óbvia: o Bitcoin continua sendo o criptoativo favorito da grande maioria dos usuários (49%), muito a frente do Ether, segundo colocado (20%).
Em relação ao preço, a grande maioria dos usuários acredita que o mercado está subvalorizado, o que pode representar grandes chances de alta no próximo ano.
O otimismo quanto ao Bitcoin se mantém alto entre os entrevistados. 62% estão otimistas em relação ao atual estado da criptomoeda.
Quando perguntados sobre quais acreditam ser os aspectos mais positivos do Bitcoin, 28% afirmaram que “ser a prova de censura e imutável” era o aspecto mais positivo. Já 33% escolheram a proteção contra políticas monetárias de bancos centrais como sendo a maior vantagem do Bitcoin.
Já para os aspectos negativos, a escalabilidade (27%) e a falta de impulso como ferramenta de consumo (31%) foram apontados como os aspectos mais negativos.
Quanto a adoção dos criptoativos pelos mercados mundiais, 61% dos entrevistados concordam que isso irá acontecer ainda nesse ano.
Entre as pessoas que possuem criptoativos, o senso de segurança está mais aguçado: 32% afirmaram que guardam seus ativos em cold wallets, carteiras longe da internet.
Sobre regulamentação, Malta, Japão e Suíça foram apontados como os países que estão no melhor rumo quanto a leis sobre criptoativos.
Na contramão do tópico anterior, Estados Unidos e China foram apontados pelos pesquisados como os países que estão mais atrasados em termos de regulamentação. Curiosamente, a Suíça ocupou o 3º tanto na lista dos melhores quanto na dos mais atrasados.
Por fim, o questionário pediu a opinião dos pesquisados sobre a aprovando do tão esperado ETF de Bitcoin. 58% responderam que ela virá em 2019.
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