Na última segunda-feira (15), um dos fundadores da exchange BitMEX se entregou às autoridades estadunidenses.
O executivo Ben Delo se apresentou à juíza Sarah L. Cave para responder ao crime de violação à Lei de Sigilo Bancário (BSA, sigla em inglês).
O cofundador da BitMEX declarou-se inocente e foi liberado após pagar uma multa de US$ 20 milhões, cerca de R$ 112,3 milhões.
Acusações
O processo de acusação à violação da Lei de Sigilo Bancário contra Delo corre desde maio de 2020.
À época, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos e a Comissão de Negociação de Contratos Futuros de Commodities (CFTC, sigla em inglês) acusaram quatro empresários ligados à empresa.
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Além de Delo, os outros dois cofundadores Arthur Hayes e Samuel Reed, e o primeiro funcionário da exchange, Gregory Dwyer, foram acusados pelas entidades.
Implicações judiciais
Para evitar lavagem de dinheiro, a BSA obriga que toda instituição financeira apresente aos reguladores documentos de transações acima dos US$ 10 mil.
Além do crime de lavagem de dinheiro, os executivos da BitMEX também estão sendo acusados de manipulação de mercado.
À Bloomberg, a porta-voz de Delo, Rachel Miller, comentou sobre o caso:
“Ben pretende se defender das acusações e limpar seu nome no tribunal.”
O que dizem os acusados
Após se declarar inocente à juíza do processo, Delo recorreu a Miller para reforçar o seu posicionamento na imprensa:
“As acusações contra Ben são infundadas e representam um exagero injustificado das autoridades dos EUA.”
Com o pagamento da fiança, Delo tem autorização para voltar ao Reino Unido, onde estava antes de se apresentar às autoridades estadunidenses.
Um acordo de rendição para Hayes também estava sendo discutido entre as partes e advogados. A expectativa é que o empresário se renda no início de abril no Havaí.
Já o terceiro cofundador, Reed, foi preso em outubro de 2020. Porém, após o pagamento de R$ 28 milhões, ele foi solto.
Diferente dos demais acusados, Dwyer não se apresentou e nem foi preso. Desta forma, o primeiro funcionário da BitMEX está foragido. Autoridades estadunidenses iniciaram um processo de extradição contra o investigado.
Saques bilionários
Após o início das investigações, os acusados Dalo, Reed e Hayles sacaram mais de R$ 2,4 trilhões.
As informações foram incluídas no processo em outubro. Em um documento oficial, é informado:
“Apesar de estar ciente das investigações da CFTC, do Departamento de Justiça e das acusações civis e criminais iminentemente, os réus Hayes, Delo e Reed sacaram mais de R$ 2,4 trilhões de receitas de várias atividades nefastas que aconteceram na plataforma BitMEX.”
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