O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) e a Polícia Civil do Estado de São Paulo, por meio da Delegacia de Polícia de Investigações Sobre Crimes de Lavagem ou Ocultação de bens ou Valores (DPPC), estão investigando supostos crimes de lavagem de dinheiro com Bitcoin e criptomoedas no Brasil que podem totalizar mais de R$40 milhões.
Segundo informações do CoinTelegraph, a investigação teria começado a pedido do Coaf, que já vinha produzindo um Relatório de Inteligência Financeira (RIF) no qual investigava operações suspeitas feitas por uma pessoa não identificada (nomes, valores exatos e locais não serão revelados para não atrapalhar o processo) que alegou que usava estes recursos para movimentar Bitcoin e criptomoedas.
“O qual movimentou quantidade expressiva de recursos, incompatível com sua capacidade financeira e em período curto de tempo, principalmente por meio da realização de operações de câmbio. As transferências internacionais estariam relacionadas a aquisição e venda de Bitcoins, segundo informado pelo próprio investigado”, diz o relatório.
Na sequência da investigação, as autoridades chegaram à uma das principais exchanges de criptomoedas do Brasil, que era usada pela pessoa não identificada para movimentar os valores. Com acesso aos dados da exchange, os investigadores supostamente chegaram em cerca de 23 nomes, em sua maioria pessoas físicas que seriam responsáveis pela movimentação de 90% do volume da exchange.
Entre as pessoas envolvidas, estariam supostamente operadores de esquemas de pirâmides, fundadores de uma empresas de entretenimento, autopeças, viagens, jogos e até provedores de internet, vendedores P2P conhecidos no mercado, entre outros.
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Segundo a investigação, como os valores movimentados por estas “novas pessoas”, que a investigação encontrou quando acessou os dados da exchange, seriam incompatíveis com a renda, o trabalho da Polícia Civil foi ampliado e possivelmente compartilhado com outras corporações tendo em vista que os demais citados residem em diversos estados no Brasil e até no exterior.
A investigação e o processo estão em andamento e não há previsão de conclusão dos trabalhos. No entanto, segundo a apuração, este seria uma das maiores investigações em curso sobre lavagem de dinheiro com criptomoedas no Brasil.
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