As carteiras de Bitcoin com suporte à Lightning Network, solução de segunda camada para a rede do Bitcoin, estão ganhando tração em 2019 e tornando pequenas transações mais acessíveis ao reduzir as taxas, de acordo com uma publicação da Coindesk nesta semana.
A startup BlueWallet já teve 35 mil downloads de sua carteira este ano, de acordo com seu cofundador Nuno Coelho. Este é um salto significativo comparado aos 5 mil usuários registrados em 2018.
Coelho disse que o mercado interno da carteira, que oferece conexões externas a serviços da exchange ZigZag, o blog Yalls e jogos como Lightning Roulette, facilitam quase 10 mil indicações ao mês. Até então, os usuários da BlueWallet completaram mais de 100 mil transações na Lightning Network. Coelho afirmou:
“Nós estamos trabalhando agora para preparar a carteira para a próxima ascensão do Bitcoin. Queremos permitir aos usuários um maior controle sobre as taxas quando estas aumentarem com a ascensão do mercado.”
Após um ano de operações, a BlueWallet atualmente está realizando sua primeira rodada de financiamento. Mas não só ela, tendo em vista que a competição neste mercado está aumentando com uma leva de novas carteiras buscando dar suporte à Lightning Network.
Em junho de 2019, a carteira da Lightning Labs foi lançada e atingiu 2 mil downloads dentro das primeiras 24 horas. No mesmo mês, o provedor de carteiras para Bitcoin Samourai Wallet anunciou uma parceria com a Nodl para lançar uma carteira mobile compatível com a referida rede.
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Ademais, o criador da carteira Zap Jack Mallers afirmou que 500 usuários Android baixaram a carteira desde junho. Este trimestre está testemunhando um grande desenvolvimento na Lightning Network.
Mallers acrescentou que a Zap agora conta com 25 mil usuários em desktop e mil usuários ativos em sistemas iOS. Segundo ele:
“Não apenas as pessoas estão baixando, mas os usuários estão checando os ativos, pois as carteiras estão abertas. Em média, recebemos milhares de transações por dia. Isso quer dizer que milhares de usuários estão ativos.”
De acordo com métricas do Google, apenas 33% dos usuários da Zap estão nos Estados Unidos. Embora a BlueWallet tenha mais usuários estadunidense, Coelho afirmou que a carteira de sua companhia parece estar ganhando tração na Indonésia, Filipinas e Japão, com base nas métricas da App Store.
No geral, todos estes aplicativos possuem um traço em comum: eles não possuem um modelo de negócios claro.
Contudo, para alguns, este processo pode ser visto como uma funcionalidade.
Lento crescimento
Coelho afirmou ainda:
“Não é nossa prioridade focar em um modelo de negócios por enquanto. Nossa prioridade é colocar o produto disponível e falar com os usuários.”
Assim como Coelho, Mallers afirmou que não está com pressa para lucrar com sua carteira pois o plano de longo prazo significa focar nos usuários por enquanto. Desenvolvedores da Lightning Labs disseram que a startup oferecerá serviços premium para os usuários da sua carteira no futuro, mas coletar taxas de usuários não é uma prioridade. Mallers afirmou:
“Não está claro como uma carteira da Lightning Network pode lucrar. O objetivo é ajudar a escalabilidade.”
A maior parte das carteiras do mainstream como Jaxx e Bread ganham receitas ao coletarem uma porcentagem das taxas transacionais. Elas também depende de modelos de receita como tokens de financiamento ou parcerias de integração. Enquanto isso, carteiras open-source como Bluewallet e Zap não priorizam o modelo de negócio, uma vez que elas buscam estabilizar o produto com a ajuda de voluntários. Coelho afirmou:
“Você não pode acelerar o desenvolvimento do Bitcoin. Nós vemos isso como um projeto a longo prazo, de 5 a 10 anos.”
Até agora, a maior parte dos aplicativos de carteira depende de configurações automáticas, em vez de ensinar aos usuários como gerenciarem canais e nós independentes. Coelho afirmou que estas opções virão com o tempo, considerando que a versão beta da Lightning Network que as carteiras estão utilizando tem apenas um ano.
Coelho concluiu:
“Nosso objetivo é mostrar o que a Lightning Network pode ser no futuro.”
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