A Europol é uma instituição de policiamento e inteligência da União Europeia.
Nesta semana, a organização divulgou um estudo detalhado sobre o crime no espaço cibernético durante o ano de 2020.
Dessa maneira, a agência apontou que as carteiras de criptomoedas Wasabi e Samourai representam um alto risco de segurança na dark web.
Carteiras de Bitcoin são duramente criticadas pela Europol
O relatório sobre os crimes virtuais está disponível por completo no site da Europol.
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No documento, há um tópico dedicado aos riscos que algumas carteiras de criptomoedas focadas em privacidade oferecem às autoridades:
“Em relação às criptomoedas na dark web, as carteiras de criptomoedas focadas em privacidade que utilizam o coinjoin – como as carteiras Wasabi e Samourai – surgiram como uma grande ameaça de segurança. Isso inclui as funções dos misturadores descentralizados de criptomoedas e as ferramentas de integração ao navegador Tor.”
O coinjoin é um recurso que mistura as criptomoedas que serão enviadas em uma transação. O objetivo da ferramenta é aumentar a privacidade das remessas de criptomoedas e dificultar o seu rastreamento por terceiros.
Para utilizar o coinjoin, é necessário pagar uma pequena taxa ao misturador de criptomoedas.
Vale ressaltar que os conceitos sobre coinjoin e mistura de criptomoedas são explicados em detalhes neste artigo do CriptoFácil.
Ademais, de acordo com a Europol, o rastreamento de atividades ilícitas é dificultado por essas ferramentas:
“A Samourai, por exemplo, oferece uma ferramenta de exclusão remota por SMS quando está sob ataque. Essas carteiras não necessariamente removem a conexão entre a origem e o destino dos fundos. Contudo, elas tornam o rastreamento muito mais complexo. Criminosos estão tentando utilizar essas funções no seu ambiente de pagamentos de atividades ilícitas.”
Para os entusiastas de criptomoedas, a interpretação pode ser diferente daquela utilizada pela autoridade europeia.
Isso ocorre porque a privacidade nas transações é buscada por muitos investidores legítimos.
Dessa maneira, muitos usuários destas carteiras não estão tentando esconder a prática de crime nas suas remessas de criptomoedas.
Os crimes respondem por apenas 1,1% das transações de criptomoedas
Algo que conta a favor da criptoesfera é o crescimento da utilização do Bitcoin (BTC) e outras criptomoedas para as atividades lícitas.
De acordo com a Interpol, o início da atividade do Bitcoin foi marcado por um alto índice de utilização da criptomoeda para as transações criminosas.
Assim, entre os anos de 2011 a 2013, cerca de 20% de todas as transações de criptomoedas envolviam alguma atividade criminal.
Porém, em 2019, esse número reduziu para apenas 1,1%.
Logo, embora o estudo da Interpol afirma que as criptomoedas “têm um papel importante na facilitação de transações ligadas ao crime organizado”, a utilização legítima das criptomoedas é muito mais significativa do que aquela destinada às atividades criminais.
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