Um levantamento da empresa de análise Kaiko revelou que os brasileiros que negociam criptomoedas estão se voltando às stablecoins como forma de “dolarizar” o seu dinheiro. De acordo com o estudo, 50% dos volumes em reais (BRL) agora envolvem uma stablecoin. As revelações foram feitas por Conor Ryder, analista da Kaiko Data.
For anyone needing a positive note to end the year on in crypto, look at its usage in developing economies.
Countries like Brazil are turning to stablecoins to peg their savings to USD.
50% of Brazilian Real (BRL) volumes now involve a stablecoin, compared to just 5% for USD. pic.twitter.com/O2AJJi0OxL
— Conor Ryder (@ConorRyder) December 28, 2022
“Para quem precisa de uma nota positiva para terminar o ano em cripto, observe seu uso nas economias em desenvolvimento. Países como o Brasil estão recorrendo às stablecoins para atrelar suas economias ao dólar. 50% dos volumes em reais (BRL) agora envolvem uma stablecoin, em comparação com apenas 5% para dólares.”
Uso de stablecoins cresce no Brasil
No artigo mais detalhado, o analista observou que em economias em desenvolvimento como o Brasil, as criptomoedas são uma forma de liberdade financeira. Conforme destacou ele, esses países enfrentam problemas como instabilidade política e grande desvalorização da moeda.
“Em resposta, esses cidadãos estão recorrendo às criptomoedas e, mais especificamente, às stablecoins, para preservar a sua riqueza”, pontuou.
No caso do Brasil, em particular, o analista observou que nos últimos 10 anos, o real desvalorizou mais de 200% em relação ao dólar. Além disso, ele ponderou que as contas bancárias brasileiras só podem conter reais, o que deixa os cidadãos sem muitas opções para se expor ao dólar. Mas as stablecoins permitem que os brasileiros atrelem suas economias à moeda dos EUA.
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“Por meio de exchanges como Binance e Bitso, os brasileiros se reuniram para negociar em pares de BRL com stablecoins”, disse.
Ainda segundo o analista, desde o mercado de alta de 2021, a USDT aumentou sua participação no volume total em BRL em quase 20% às custas das altcoins. Isso sugere, segundo Ryder, que os usuários de cripto do Brasil estão optando pela segurança das stablecoins em vez da especulação das altcoins.
Adoção de cripto no Brasil
Além disso, o analista destacou que um relatório recente da Chainalysis mostra que o Brasil é um dos maiores adotantes de cripto a nível global. De acordo com o levantamento, cerca de 41% dos adultos do Brasil possuem alguma criptomoeda e a maioria dos entrevistados no Brasil (66%) acredita que as criptos são o futuro do dinheiro.
Por fim, ele afirmou que os dados dessa pesquisa confirmam as tendências dos dados do mercado de criptomoedas, sobretudo quanto às stablecoins.
“No acumulado do ano, os volumes denominados em BRL têm resistido melhor do que o mercado mais amplo, caindo 44% no ano em comparação com uma queda de 65% no volume denominado em USD”, concluiu.