Quando o tema é Bitcoin, volta e meia ressurge o assunto referente a possibilidade de aprovação de um ETF (sigla em inglês para Exchange Traded Fund) que tenha criptoativos como referência. Várias tentativas foram feitas, incluindo a que ficou mais conhecida: a dos irmãos Winklevoss. No entanto, todas foram rejeitadas pela Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC, na sigla em inglês).
Mesmo assim o assunto está longe de se esgotar. Agora foi a vez da Chicago Board Options Exchange (CBOE), uma das bolsas que, em 2017, deu início às negociações de contratos futuros em Bitcoin. O órgão enviou uma carta para a SEC pedindo que a agência mude a sua postura, não se colocando contra a criação do ETF.
O pedido
Na carta, a CBOE relatou mais de 260 ETFs listados em sua plataforma e pediu que a SEC mude sua postura, uma vez que o universo das criptomoedas encontra-se mais favorável para este tipo de investimento. Ela também ressalta as tentativas anteriores feitas para a criação do fundo – todas rejeitadas pela SEC.
A CBOE Listings foi a primeira bolsa de valores mobiliários a apresentar uma proposta para listar e negociar um ETF que contivesse Bitcoin e, desde então, apresentou três propostas adicionais para listar e negociar ETFs que conteriam futuros em Bitcoin, afirma a carta. A bolsa também cita o fato de ter sido pioneira na criação de contratos futuros em Bitcoin, o que permitiu um know-how que a qualifica para se aventurar com o lançamento de mais esse produto. Além disso, a CBOE Futures Exchange foi a primeira bolsa de futuros dos EUA a oferecer um produto futuro de Bitcoin para negociação.
Por fim, a bolsa aconselha que a SEC trate os ETFs relacionados às criptomoedas como trata outros fundos que envolvam contratos futuros.
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Mudança de ares
Embora a criação de um ETF possa estar longe da realidade atual, ela sem dúvida está muito mais próxima do que esteve durante 2017. Vários fatores ocorridos desde a rejeição do ETF dos irmãos Winklevoss até hoje podem confirmar isso.
Em sessões do congresso americano, o tom envolvendo a regulação do mercado de criptomoedas passou a ser bem mais amigável, especialmente nas comissões do Senado. Membros de órgãos reguladores no país chegaram a defender a auto-regulação do mercado de criptomoedas, e até mesmo candidatos a cargos públicos começaram a aceitar doações de campanha em Bitcoin.
Além desses fatores, a postura da própria SEC começou a mudar. Outrora uma forte opositora dos ETFs baseados em criptomoedas, a comissão passou a adotar um tom mais ameno: disse que abrir a porta para os ETFs de Bitcoin deveria ser precedido por uma “ significativa proteção ao investidor”. O regulador estava preocupado sobre como os ETFs seriam cotados, armazenados e protegidos.
Proteção essa que caso seja fornecida pelas empresas interessadas em criar produtos em criptomoedas, pode significar a futura aprovação do tão esperado fundo.
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