A “onda DeFi” vem atraindo a atenção de muito investidores do mercado de criptomoedas. Ao mesmo tempo, fomenta a criação de novos criptoativos por parte de empreendedores que visam atender à nova demanda.
DeFi é o termo usado para “finanças descentralizadas”, compostas de plataformas sem intermediários.
Entretanto, a tendência também abre espaço para o que a Bloomberg chamou de “criptoportunistas”.
Em um artigo publicado nesta terça-feira (1), a colaboradora do portal Olga Kharif destacou que mais de 500 criptomoedas foram criadas no mês passado.
Entretanto, muitas delas não têm uma utilidade óbvia. Mesmo assim, segundo ela, investidores injetaram bilhões nesses novos ativos na esperança de obter um lucro fácil.
“Alimentados por um aumento no apetite especulativo, os empreendedores de criptomoedas estão oferecendo novas moedas digitais em um ritmo tórrido que lembra o boom do Bitcoin três anos atrás”, disse.
Segundo Kharif, enquanto em 2017 a onda era o Bitcoin e o fim da moeda fiduciária, agora cresce o burburinho sobre os aplicativos financeiros descentralizados.
Ela afirma que o objetivo do DeFi é “excluir as instituições de coisas como empréstimos”.
A autora explica que, como os bancos centrais estão injetando trilhões no sistema, os rendimentos dos títulos estão reduzindo. Assim, desencadeou-se uma corrida por ativos alternativos.
“O boom remonta à época em que o frenesi do blockchain viu fabricantes de chá gelado, revendedores de produtos de escritório e até mesmo a Kodak entre aqueles que emitiam milhares de moedas com a promessa de riqueza descentralizada”, comparou ela.
Para a autora, da mesma forma que nessa época tudo não passava de propostas de marketing, agora, há poucos motivos para esperar que os investidores se saiam melhor.
A autora observa que alguns aplicativos DeFi se mostraram promissores. Por outro lado, há os que “não parecem diferentes de 2018”.
É o caso do Porkchop e Davecoin que, para ela, não têm um aspecto de DeFi. Kharif completa que tais aplicativos apenas oferecem aos investidores uma “maneira de jogar”.
“Para mim, isso é parte do problema para o amplo avanço do mercado de criptografia – excesso de oferta, concorrência e facilidade de entrada”, disse Mike McGlone, analista da Bloomberg Intelligence.
A autora ainda comenta que, embora os investidores tenham aplicado mais de US$ 7,75 bilhões nos aplicativos DeFi, as moedas superam isso facilmente. A Chainlink, por exemplo, tem uma moeda com capitalização de mercado de quase US$ 5,77 bilhões.
Além disso, há os aplicativos cujos código não foram auditados, tornando-os vulneráveis a hacks.
Como é o caso do Project Yam Finance, que acumulou US$ 750 milhões e depois sofreu um bug em 24 horas.
“A facilidade de manipulação e a capacidade de pump and dump com poucos recursos legais torna o espaço ideal para especulação desenfreada”, disse McGlone. E isso significa temporada de caça ao Porkchop e Davecoin.
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